Parece estranho olhar para ele e nunca nos determos na singularidade da sua expressão, como se ele estivesse sempre a olhar para nós e, no entanto , estivesse a focar outro ponto, em algo que ninguém mais veria, ou se o visse, seria sempre de uma forma mais abreviada. Porque ele viu um século inteiro, escreveu a obra mais importante do séc. XX e, quando nos vemos adolescentes a pedi-lo na biblioteca, a funcionária franze o olho e repara em nós como excêntricos que o querem ler para desculpar a pretensão do que nunca viremos a ser, ou melhor, do que no fundo ela nunca quer que nós sejamos, porque afinal é um percurso penoso, um percurso para nenhum filho, mas que cabe a um e só um relatar a experiência fatídica e monótona de um século, o século dos funcionários.´
Nota: todos os meus textos de fim de noite são ponderados pela embriaguez, por isso, peço desculpa, ou não...
1 comment:
Não peças... qual Bukowski, só ao fim da noite tendendo!:)
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