Thursday, December 28, 2006

Tuesday, December 19, 2006

Stones...

Adoro os Stones... andam nisto há tanto tempo... Fred e Barney...

Agora, que a outra metade se foi, faz-se a devida homenagem! Porque sem a outra, já há muito que se tinha deixado de bater palmas... uma mão sozinha não consegue!
Sem o significant other, que seria de Romeu sem a sua Julieta, Boggie sem Baccall, Tom sem Jerry, Egas sem Becas, só yin and no yang, apenas fish nada de chips... e agora, depois de Hanna, foi-se o Barbera...
Sempre fica em mim um pouco da Formiga Atómica, Scooby-Doo, Zé Colmeia, Top Cat, Flinstones e, o meu favorito Muttley!

Encostei-me para trás na cadeira do convés...

Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.

Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.

Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.

Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Ah, todo eu anseio por esse momento, como por outros análogos
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro.
Álvaro de Campos

Monday, December 18, 2006

Parabéns?

Melhor jogador Europeu! Buffon em segundo, Thierry terceiro.
Que porra fez o Cannavaro senão alguns bons jogos no Mundial? Já não bastou ter-lhe concedido um bilhete galático para Madrid?
E o Buffon? Não foi ele que esteve lesionado a maior parte da época? Sim! Fez algumas belíssimas defesas no Mundial mas, à parte disso, um honroso segundo lugar este ano com base em quê? Será que foi por ser o titular da Vecchia Signora, um clube que saiu da Liga dos Campeões nos quartos-de-final e que se encontra na segunda divisão Italiana por ter dirigentes corruptos que combinam resultados para ganhar scudettos? Já para não falar nos antecedentes anti-dopantes que aquela equipa provoca nos seus jogadores e que o defesa tão satisfeito os promoveu no seu home-movie enquanto tomava a sua dose cavalar.
Bem sei que são ambos jogadores de categoria nas suas posições, mas não será necessário demonstrá-lo no ano em que se ganha um prémio deste nível? Se apenas foram distinguidos pelas suas performances no Mundial, então porque não Pirlo? Ou Luca Toni?
Esperem lá, os prémios referentes a esta competição já não foram atribuídos? E, sinceramente, se essa foi a razão, será que ninguém se lembra que só foram campeões do mundo porque seguiram em frente depois daquele vergonhoso jogo contra a Austrália? Adiante!
Comparativamente, Henry carregou um Arsenal à final da Liga dos Campeões e, neste percurso, ainda marcou contra Cannavaro e Buffon ao derrotar a Juve, nos quartos-finais da Champions. No Mundial, jogou igualmente na final e antes já tinha mandado o Brasil de Ronaldinho, o anterior bi-vencedor do prémio agora atribuido, para casa. E quase esquecia! Foi o melhor marcador da Premier League que é, para muitos, a melhor e mais dura liga no mundo.
Pode então dizer-se que é um looser por ter perdido ambas as competições? Talvez. Se calhar Luca Toni, por também ter feito parte da Squadra Azzurra e ter tido uma época de sonho, sendo o melhor marcador europeu, merecesse figurar entre os três. Faltou-lhe a grande transferência que gera receitas a todos para se apostar num cavalo de uma corrida apenas.
Mas, se tal acontecesse, aceitava muito melhor e a tirar alguém do podium, tirava um dos dois primeiros e mantinha o Henry que é o jogador que todos conhecemos ano após ano, o que parece não bastar para se ser reconhecido...
Isto para não falar em termos de entretenimento. É que não me recordo de jogo mais secante que aquela final italiana de 2003.
Pelo menos, o Henry é um bom entertainer...

Melhor que o do alpinista João Garcia...


desânimos

Todos os lugares que habitei e onde a dor bateu no meu rosto foram sendo aniquilados, aos poucos, tranquilamente. A luz que sempre me desconcertou rasgou-me em pedaços, em fragmentos. Precisei e sempre precisarei de reconstruir-me de novo. A criança corria pela praia e eu olhava para os seus movimentos largos junto ao mar. As ondas batiam nos seus pés, na sua inocência. O meu rosto perdia-se nela, como se quisesse voltar atrás, sempre para trás, recuar no tempo, recuar na vida, deixar a parte de mim que já estava suja e sem retorno. Aquela luz suave, a praia ausente de todos, era aquela criança com os seus passos esvoaçantes que se iam perdendo aos poucos e faziam com que os meus olhos se cerrassem já sem esperança. Uma criança partiu sem que eu jamais pudesse olhar para ela, como se me desprezasse e sentisse que ali estava a vida e junto a mim, a morte.

Sunday, December 17, 2006

O filme


"Hoje, fiz três para cuidar da tua alma". Esta é a frase de um grande filme. E quem cuidará da nossa, da minha e de todos os perdidos de uma geração? Em relação a todos esses, eu levanto o braço e digo: Presente! Sobre o filme não há nada a acrescentar, a frase citada resume o fenómeno. Desculpa, amigo!

Thursday, December 14, 2006

Curiosidades da Etimologia

"The Old Man of the mountain dwelled in a most noble valley shut in between two very high mountains where he had made the largest garden and the most beautiful that was ever seen in this world. There were set to dwell ladies and damsels the most beautiful. Their duty was to furnish the young men who were put there with all delights and pleasures. And into this garden entered no man except only those base men of evil life whom he wished to make satellites and Assassins."
Marco Polo, Travels in Asia

É assim a descrição do viajante de Veneza, durante a sua passagem pela Pérsia, a caminho das terras Mongóis na China. Referia-se à Ordem de Assassinos. A seita fundada na região de Alamut, no Irão, por aquele que ficou conhecido como o Velho da Montanha.
Os que integravam esta tropa de elite, encarregada de difundir a nova corrente do Ismailismo criada, eram os Hashashins. Desempenhavam missões suicidas contra proeminentes figuras, sempre sob a influência do haxixe que, antes de perpetuarem os seus ataques, lhes induzia a visão do Paraíso.
Há então requinte! O assassino carrega em si uma carga pejorativa acrescida! Não se limita a matar como o vulgar homicida!
Ah... se houvesse requinte em tudo o que fazemos...

Sunday, December 10, 2006

Saturday, December 09, 2006

Previsão para a meteorologia

Tá frio! Um frio de enregelar os ossos! O tipo de frio capaz de quebrar o espírito de alguém ou forjá-lo em aço!

Friday, December 08, 2006

Estática...

No meu último on the road com FP, lembrei-me de quando atravessei o Canal da Mancha com um amigo que era locutor de rádio.
Adorei ambas as viagens. Boa companhia.
FP dorme.
O Maladinhas não se ouve nos túneis.
P.S. - Também é divertido quando um nosso companheiro dorme e o vemos a deambular no seu sono pós-modernista, em movimentos perpétuos ao sabor da nossa condução. Se descai para a frente acelero. Para trás travo. E de vez em quando... umas guinadas à direita ou à gauche!

Tuesday, December 05, 2006

Memórias de Puto

Acabei de passar pela Íntima e fiquei nostálgico ao ver aquele que é agora para mim o senhor Lloyd Cole. Tenho saudades daqueles tempos de descobertas quando nos meus olhos ainda raiava o brilho das noites luminosas. E o «tinha o ar provável de um pós-moderno» a que o Francisco faz referência, fez-me esboçar um sorriso. Será que sem saber não foi o Foucault, o Lyotard, o Baudrillard que me influenciaram, mas sim a música que me fazia sonhar e ser feliz? E não vou encarar isto como uma Recherche Proustiana. Bom, parece que estamos de volta. Aqui vai uma das minhas preferidas, cut me down:

Monday, December 04, 2006

O concerto...

Agrada-me que a minha banda preferida não possua um reconhecimento à escala mundial.
Agrada-me que, mesmo assim, tenha boa reputação perante a crítica e respeito em geral no meio musical.
Agrada-me que seja uma banda capaz de uma versatilidade musical dentro do espartilho rock alternativo a que foi catalogada.
Agrada-me saber tratar-se de uma banda que se dá por satisfeita em gravar o seu disco e que este será sempre bem recebido e comemorado por aqueles poucos que acompanham fielmente a sua carreira.
É que não dá para enganar. Há pérolas a descobrir e prazer em partilhá-las e dá-las a conhecer.
E se o fazem nos seus álbuns, o mesmo acontece ao vivo. Falo de canções que não fariam parte do meu repertório a ouvir mas que, através de uma nova roupagem ou apenas porque ao vivo resultam muito melhor, transformam a ideia que tinha delas. Exemplos claros disso são o primeiro single, Mr. Tough, extraído do novo álbum ou uma das 4 versões que fizeram de Nuclear War de Sun-Ra. Principalmente esta última, que cria tal empatia com o público que não podemos ficar indiferentes ao final do concerto, antes dos 4 encores da banda, a bater palmas na sua retirada para o backstage, descendo do palco em direcção a uma das saídas laterais e passando por um público que os acompanha até que voltem para mais!
Voltando ao início do concerto, passam 15 minutos das 21h00 e o nosso Quim Zofrénico e eu, feitos dois velhos marretas, vociferamos a falta de pontualidade e o desrespeito por quem no dia seguinte trabalha e nos obriga a ir a um concerto num Domingo. Isto, para além dos comentários que se ouvem por se estar num concerto destes na sentada Aula Magna, Mas aqui discordo. Acho que ninguém está impedido de ir para um dos seus corredores abanar a anca ou mesmo esquizofrenar aquando dos delírios das guitarras de Kaplan.
Começa o concerto e não restam dúvidas! Nada melhor que estar refastelado na minha cadeira a ouvir o sussurro da voz ao ritmo da limpeza da vassoura que jaz(z) na bateria. Um belo início ao som de Our way to fall.
É nesta vertente, a mais calma, que me derreto. Principalmente se for a Georgia Hubley a cantar. Ainda hei-de escrever sobre as vozes femininas que mexem comigo. Esta, está lá no topo pela sua beleza e simplicidade. Acho que é a partir do momento em que canta a solo algumas músicas, deixando o backing-vocal dos primeiros álbuns, que muda de maneira um pouco mais sensível a direcção da sua sonoridade. Surge a melodia e delicadeza que transforma a overdose de guitarra inicial em mesclas sónico-doces, tranquilas e intimistas, aperfeiçoadas até às canções mais belas que já ouvi. A par destas, só as instrumentais hipnóticas e envolventes que instituem novas texturas, microfonias e atmosferas ao seu som. Mas uma Green arrow ao vivo seria pedir demais. Pelo meio, e revezando-se uns aos outros, ficaram os três riffs do punk, a tristeza bela de alguns temas, o desvario do feedback e mesmo um órgão tresloucado.
Adorei o silêncio e a doçura de I feel like going home, ainda melhor ao vivo, e o final, de novo com Georgia a dar voz a I found a reason dos Velvet Underground. Não antes de tentares dar por terminado o seu último concerto da tour com um final natalício, de rock n' roll Santa, ou na vertente de discos pedidos com os Beach boys.
Mas todas as suas tentativas esbarravam contra o público que pedia por mais. E claro, em vinte e tal anos de carreira, fica sempre qualquer coisa por tocar. Lembro o gozo que me deu acompanhar You can´t have it all, ao vivo, noutra ocasião, e que nesta noite teria tido certamente o mesmo efeito. Naquela noite, até fizeram uma coreografia propositadamente brega adorável em que, no final, formavam um coração com os braços. Igualmente o chorinho brasileiro de Center of gravity faria sorrir, como só a bossa nova faz.
Nesta noite, as músicas foram outras, mas sempre com o mesmo improviso, diversão e à vontade. E, o que interessa, é que mesmo sem esta ou aquela, em mais de duas horas, eles tiveram-nos mesmo na mão.
Quanto a mim e quanto a este concerto, yo lo tengo na memória. Take care...