Wednesday, April 29, 2009

Dupla ideal

As pinturas de Mark Rothko e o spoken jazz de Ken Nordine, cujo álbum Colors deveria passar em loop nas exposições e obras daquele.

Tuesday, April 28, 2009

Wednesday, April 22, 2009

Peixe grande em águas profundas

"Ideas are like fish. If you want to catch little fish, you can stay in the shallow water. But if you want to catch the big fish, you've got to go deeper."

Thursday, April 16, 2009

Tecnologias parvas

Segue-me! Dizia o louco trissómico.
Depois mandou!
Twitta!
Já Twittaste hoje?
Twitta pá?
Porque não Twittas? Melhor: Porque não Twittas?
Twitta caralho!
O careca lá seguiu um louco e outro psicótico trissómico. Sempre é a melhor maneira de descobrir a utilidade de um serviço: testá-lo. Mas não Twitto.
What are you doing now? Piu. Piu. Nada de interessante tenho para piar. E quando tenho, não há tempo para twittar.
Assim, deixo no segredo de quem me segue não só o que de mais importante gostaria de partilhar com eles. Mas também os poupo de saber quando me encontro a cagar (sim, de vez em quando vou de portátil pá sanita e aí tenho um tempinho) ou se percebem que enquanto corto a unha do anelar, tenho a capacidade de teclar com os restastes dedinhos, o que daria uma ganda twittada.
Talvez o problema esteja nos dois trolhas que sigo. Nada escrevem por aqui e não twittam nada de jeito por ali. Ir atrás dos amiguinhos pode ter a sua piada, mas não será mais do mesmo? Já não conseguimos cuscar a vida dos outros ou mostrar que a minha é mais fixe que a tua com outros serviços?

Dizem. Segue é as pessoas certas! E quem são? Figuras públicas? Instituições/organismos? Talvez aí teria o seu interesse. Mas a procura quando já se é bombardeado por tanta novidade em todo o lado é perda de tempo.
E será mesmo que quem é mais seguido tem algo de interessante a partilhar? Duvido. Poderá apenas tratar-se de mais um caso de sucesso (talvez devido à actual taxa de desemprego e o tempo livre que provocou). O gajo que tem mil e tal amigos espalhados por aí como acontece em outros serviços do género. E depois, dou por mim a seguir a conversa de um gajo que diz a outro que os canais de Marte são óptimos para plantar rabanetes. «Rabanetes em Marte?» - penso eu. «Pá, essa merda é muito interessante. Deixa-me lá clicar no nome do gajo a quem ele está a responder para apanhar a conversa». Ah, cá está! Afinal o primeiro gajo só falou nos rabanetes marcianos porque este aqui mandou uma mensagem dizendo que é melhor plantar hortaliças em Vénus do que rabanetes em Marte. E mesmo este das hortaliças venusianas, percebo eu agora, já estava a responder ao não-sei-quantos que tinha dito que as tipologias endoplasmáticas da Scarlett Johansson lhe faziam lembrar as montanhas do Vale Marineris. Neste não-sei-quantos acabarei por encontrar alguém que falou sobre o axioma da redutibilidade dos esquentadores a gás - um tema muito popular na Twittosfera - em resposta a outro marmelo que afirmara que a plantação de nabos e rabanetes nos canais de Marte era perniciosa do ponto de vista da lei de Euclides, portanto não sei se estão a ver, no Twitter actual um gajo navega como uma bola enfiada dentro de uma daquelas antigas mesas de flipper, a ziguezaguear de um extremo ao outro do sistema até o cérebro fazer «tilt», regressando finalmente ao sítio de onde nunca deveria ter saído: o seu próprio, e sossegadinho, blogue, onde as conversas começam no princípio e acabam no fim.
Eu também tenho problemas com um esquentador inteligente burro. Pensei em ligar à assistência técnica mas já percebi que é no Twitter que me amanho.
Bem. Se nos restantes serviços, já vou restringindo as minhas amizades em vez de as ir somando apenas porque falei com fulano durante um minuto numa noite de copos, é altura de filtrar. É que à medida que vão entrando os ignoramus, a quantidade de informação útil diminui. E, a certa altura, acaba por se chegar à conclusão (como eu cheguei) que mais vale a pena abandonar o barco. O futuro o dirá. Mas para mim, é apenas mais uma cena. Assim digo:
Piada Twit: Que diz o pássaro grande ao pequeno?
PIU (dito em tom grave e alto)!

Flashback

Wednesday, April 15, 2009

Exercícios

Ouvroir de Littérature Potentiel - Algo como oficina de literatura em potencial que propõe a sua libertação, aparentemente de maneira paradoxal, através de constrangimentos literários. Um movimento que junta literatura, matemática, patafísica e algo mais num conceptual caldo de hortelã (não confundir com afã conventual).
Tratam-se de exercícios que, a partir de uma regra pré-determinada, em vez de limitar, na verdade, optimizam a imaginação e estimulam a produção textual.
Algumas regras:
- Abecedário – Texto onde cada palavra deve ser iniciada por uma letra diferente na seqüência do alfabeto. Exemplo: A brader: cinq danseuses en froufrou (grassouillettes), huit ingénues (joueuses) kleptomanes le matin, neuf (onze peut-être) quadragénaires rabougries, six travailleuses, une valeureuse walkyrie, x yuppies (zélées).
- Lipograma – Texto onde uma letra deve ser surpimida; é o caso do livro La disparition, de G. Pérec, onde a letra "e", vogal mais frequente no francês, não aparece.
- N+7 – Cada substantivo do texto deve ser substituído pelo sétimo que aparece no dicionário após aquele.
- Bola de Neve – Poema que em cada verso contem uma só palavra, sendo que, cada verso que segue, deve ter uma letra a mais que o verso anterior.Tratam-se de exercícios que, a partir de uma regra pré-determinada, em vez de limitar, na verdade, optimizam a imaginação e estimulam a produção textual.
- Poesia encravada - Noutro exercício, ao qual dei o nome, procura-se a mesma num texto qualquer. Abre-se, aleatoriamente, na página do livro escolhido e garimpa-se através de ferramentas poéticas e um olhar único de minerador a gema que está encrustada naquela mina de palavras.
E é continuar a inventar regras na esplanada do café depois de acabar de ler o jornal...

Tuesday, April 14, 2009

Thursday, April 09, 2009

Esteves Gaivota

Encontrei um amigo no outro dia e ele disparou:
"- Não tens dito nada, nem telefonas, que se passa pá?!"
Eu respondi:
- "Não posso ligar a todos. O meu telefone não tem o número 7."
- "E há quanto tempo tens essa trampa?"
- "Não sei, o meu calendário não tem o número 3..."