Saturday, December 29, 2007

É bom viver em auto-flagelação

A câmara municipal de Portimão deve ter contratado uma consultora de comunicação que lhe disse o seguinte: - "Oh pá, vocês vão ter de gerir uma crise durante os próximos 50 anos, dada toda a merda que fizeram desde o 25 de Abril. Como tal, arranjem coisas que dispersem as atenções".

O resultado saldou-se na seguinte esquizofrenia mediática:

- O Dakar

- Os ininterruptos fogos de artifício

- o caso Joana

- os labregos plantados à porta do tribunal

- o show case em torno do bigode do presidente do município

- o casal britânico a entrar na judiciária

- um membro da assembleia municipal vítima de agressão por parte de um congénere de outro partido. por sinal, conivente com o poder.

- o maior espectáculo de pirotecnia a nível planetário.

- o Nilton volta e traz uns amigos para fazer rir os parolos

- um potencial caso de Entre Rios que, afinal, não chegou a acontecer. "Porque nós cancelámos a passagem de trânsito a tempo". Com isto conseguiu-se uma manchete no Sol, note-se!

E para que a coisa não fique por menos, já está previsto para o próximo Verão o maior assador de sardinhas da Europa...um acontecimento que certamente entrará no Guiness e, como não podia deixar de ser, vai elevar a cidade aos níveis máximos do ridículo em termos de notoriedade. Assim, é esperado um ano de 2008 ainda mais promissor.

Wednesday, December 26, 2007

Now Now

É a música de abertura de um dos melhores álbuns de 2007, o da estreia de St Vincent (Marry me).

Tuesday, December 25, 2007

Natal...longe de Portimão!





No Miniscente, aqui e aqui, o Luís Carmelo faz o retrato dessa cidade de putaria corrupta, que é Portimão. Pena que só os próprios não o queiram ver. Aliás, ver até vêem, quem está no poder e o reproduz geracionalmente através do nepotismo mais sem vergonha até vê isso muito bem; diria, até bem de mais. O Carmelo esqueceu-se foi de nomear, e por não viver lá até percebo (eu também não, e dou-me por muito feliz), as casas de putas, os chulos, as labregas e os labregos da nova geração que acham que quem lê livros tem pancada, os gajos das cobranças difíceis, os espancadores de serviço, os Mangas deste mundo que, no fundo, (quase) todos naquela cidade respeitam, os Fernandos, a malta da JS que, ao longo dos tempos, incutiu na cabeça dos jovens a própria merda que os pais tinham na cabeça, sim, refiro-me aos próprios dirigentes da cidade. Enfim...toda uma miríade de coisas boas da qual alguns (embora devessem ter sido mais) conseguiram escapar. Por isso, o meu bom Natal deste ano vai para o Manuel da Luz, para as Isildas e toda essa banda torpe que vai manejando aquilo a seu belo prazer.


Mais triste é entrarmos no site do município e sermos brindados com esta apresentação:


"Portimão - Um Município à Sua Espera

Portimão é hoje um Município de referência no Algarve, pólo âncora do Barlavento Algarvio, distingue-se pela sua oferta turística, pelo seu pulsar e dinamismo, muito próprios, e por uma diversidade de actividades que fazem com que o seu dia a dia seja vivido, a variados níveis, de forma intensa e marcado por um ritmo que se mantém ao longo do ano".


Qual dos Fernandos terá escrito isto?! Em suma, mais do que triste chega a ser sombrio!

Saturday, December 22, 2007

BEIRUT - The Penalty

BEIRUT - The Penalty

No vídeo está um excerto. Aqui é possível comprar o presente de Natal ideal. Zach Condon (Beirut) nas ruas, nos bares e nos prédios de Paris. Saltimbanco e nómada; um escultutor do eu, em resumo. A grande confirmação musical do último ano, que coloca lá o sentido da festa e...adiante. o resto não importa. Quando vejo as imagens, penso estar ali um pouco daquilo que Michel Onfray escreve acerca da sigularidade, da transposição da arte para o domínio da abertura, onde todos os museus (fechamento) se desmoronam e a arte é vinculada à celebração da vida, à parte maldita. Por isso não se trata de uma estética burguesa, morta e embalsemada.
A exaltação está lá, o excesso também. Boa forma de voltar a saber, com o exemplo, que ainda é possível. O quê? Descubram vocês!

Wednesday, December 19, 2007

Este blog também quer ter intervenção política

politicamente falando, é o tema do momento. referendar, ou não, o novo tratado europeu. pelos vistos, o Governo ter-se-á comprometido, entre os seus parceiros europeus, a ratificá-lo sem consulta ao povo. ouço, leio, que Sócrates quer dar um exemplo à Europa nesse sentido, marcar uma posição. assinar, o quanto antes, o raio do documento. no fundo, construir a Europa lá à maneira deles.

não discuto a legitimidade política que lhe assiste, a Sócrates, de assinar o tratado em representação de Portugal. o povo elegeu-o. deu-lhe, para todos os efeitos, carta branca para tratar destes assuntos tão longíquos e importantes.

o que fica mal, a única coisa que fica realmente mal nesta história, é apenas um singelo parágrafo. um conjunto de linhas que consta na página 149 de um documento que dá pelo pomposo nome de "Compromisso de Governo de Portugal 2005-2009". era, supostamente, a base programática de governo de um partido socialista que então se apresentava a eleições. e diz, esse parágrafo, assim:

"No curto prazo, a prioridade do novo Governo será a de assegurar a ratificação do Tratado Constitucional. O PS entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e participado, na sequência de uma revisão constitucional que permita formular aos portugueses uma questão clara, precisa e inequívoca."

basicamente, é isto que me apraz dizer sobre o assunto. mas continuarei a ler, com todo o interesse, as longas e fundamentadas convicções que diariamente se publicam sobre o assunto na imprensa e na blogosfera.

Não sei se me faço entender


disseram-me: "agora fica aqui e tratas destas coisas. sobretudo trata de conseguir que nenhuma delas te fuja."
eu fiquei.

O Jardel do calduço

tenho um amigo que tem a cabeça grande. gosto de dar-lhe calduços. é bom dar-lhe calduços.

quando se tem um amigo com a cabeça grande, temos junto a nós um dispositivo eficaz para alimentar a nossa auto-estima. é difícil não ser bem sucedido quando aplicamos um calduço a um amigo que ostente uma grande área de crâneo.

temos ali, à mão de semear, uma taxa de aproveitamento que ronda os 97%. torna-se fácil experimentar a sensação de sermos pequenos jardéis. gosto de sentir-me um Jardel do calduço. eficaz. letal na arte do calduço. gosto deste meu amigo que tem a cabeça grande.

Tuesday, December 18, 2007

Thür unt sidheinan sur vas unt

"quando percebeu que ia fechar os olhos pela última vez, equilibrou-se entre as bermas do presente e do vazio. o anjo dizia-lhe que estava tudo. que era aquilo. hesitou aceitar. faltava algo. mas o anjo dizia-lhe que estava tudo. não faltava ali nada. que era aquilo. foi. perguntaram-lhe depois: que tal? como é? resignado, confessava não ser bem o que esperava."
(Cântico Viking que glorificou o imaginário de
Midvinterblodt e os discípulos dos templos
de Throndheim e Hundsthorp - Séc. XII)

Detestar (as crónicas de) Fernando Alves

na TSF, todas as manhãs, somos brindados com pequenas descargas de análise poética à realidade. breves detalhes semióticos elevados à condição de crónicas do quotidiano. acabei de levar com mais um e não me recordo de ouvir tamanha merda a ser apresentada com um embrulho tão pretensioso.

o facto é que aquela procura incessante da objectividade através de ângulos diferentes, interpretada com uma voz tão cheia de si, já me faz balançar entre a náusea e o vómito.


porque a banalidade não o deixa de ser quando é dita com uma voz projectada, trabalhada e acompanhada por uns batuques quaisquer. acho que já é hora de alguém explicar isso ao homem.

Monday, December 17, 2007

Coisas que se pensam na carreira 329 da Rodoviária

o nosso problema, enquanto povo, não é sermos pequenos. o nosso real problema, enquanto povo, é termos a alma raquítica. complexada. aleijada, mesmo.

por isso vemos o mundo de forma enviesada. criticamos, julgamos, apontamos, condenamos. para nos sentirmos confortados, procuramos nos outros o defeito. como quem diz que podemos ser tristes, mas não podemos estar sós nessa tristeza. a bitola pequena, rasteira, de tão comum torna-nos iguais.

o nosso problema, na individualidade, é crescermos habituados a esta cultura de amesquinhamento. andamos nisto há séculos. o que me pergunto é como é que ainda há quem tenha engenho para fazer disto profissão.

Friday, December 14, 2007

No mundo da ficção científica

Nasceu um país novo aos olhos do mundo,... um território azul, moderno, inovador, enfim, que num ápice coloca o saudosismo atávico de parte e reconhece que pode estar entre os melhores, aliás, está, está e está. O garrido do vermelho e verde campino desaparece e dá lugar a um mundo de ficção científica; a simbólica aqui é tudo. Portugal, afinal, é inovador, apesar dos impasses históricos. Aqui já não há espaço para o Conde de Ericeira, que, diga-se, também tentou mas acabou morto pelas próprias mãos.

Portugal, reconheça-se, é moderno, uma vez que está entre os piores dos melhores. e isso, pois, não é coisa de somenos...é relevante. Prova disso são os seus constantes reposicionamentos, as suas oscilações, as suas ponderações metafísicas em torno da imagem. E é aí que a última campanha de promoção da imagem de Portugal no exterior é coerente. Passa de novo ao mundo a imagem de um país incostante...que não se sentido bem na sua pele, maquilha-se, acha bem e, quando esse artifício já não resulta, deprime-se, senta-se no divã; recuperado, eis que aparece de novo ao mundo, sorridente, sem ser néscio, note-se. Portugal é isso mesmo, um debate constante em torno da sua identidade, entre um catolicismo que´condenou o país mentalmente para todos os anos vindouros e uma tentativa de racionalimo mimético. Portugal é ridículo e essa é a nossa força. Como tal, por que não transmitir essa nossa imagem singular ao mundo?Reconheçamos que somos e seremos patéticos e, aí, talvez mais genuínos, consigamos uma maior paz interior, que...no melhor dos cenários, não esteja em constante condescendência com os outros.

100

Thursday, December 13, 2007

Karlheinz Stockhausen - 22 de Agosto de 1928 - 5 de Dezembro de 2007

Whisper scene

Mistério desvendado. Bill Murray encontra Scarlett Johansson pela última vez numa rua de Tóquio, quando ele já ia a caminho do aeroporto. Despedem-se e ele diz-lhe umas palavras ao ouvido.
O final de Lost in translation — O Amor é um lugar estranho deu origem a apaixonados discussões quanto ao seu final. Por isso, imagino que quem estiver a ler isto vai ter o mesmo dilema que eu tive: carrego no play ou continuo a deixar o que foi pronunciado à imaginação?
Nas palavras de Vera Roquete: "Agora escolha" (Pós brasucas é: "Você decide")...

Tá tudo dito...

José Fontes Salvo disse...

Este blog é uma merda.
in comentário ao post ARCA

Wednesday, December 12, 2007

Circular interna de uma multinacional Americana em Portugal (Porto), contra a linguagem dos trabalhadores do Norte:

"It has been brought to our attention by several officials visiting our corporate Headquarters that offensive language is commonly used by our Portuguese-speaking staff. Such behavior, in addition to violating our Policy, is highly unprofessional and offensive to both visitors andcolleagues. In order to avoid such situations please note that all Staff is kindly requested to IMMEDIATELY adhere to the following rules:
1) Words like merda, caralho, foda-se, porra or puta-que-o-pariu and other such expressions will not be used for emphasis, no matter how heated the discussion.
2) You will not say cagada when someone makes a mistake, or ganda-merda if you see somebody either being reprimanded or making a mistake, or que-grande-cagada when a major mistake has been made. All forms derivatefrom the verb cagar are inappropriate in our environment.
3) No project manager, section head, or executive, under no circumstances, will be referred to as filho-da-puta, cabrão, ó-grande-come-merda, or vaca-gorda-da-puta-que-a-pariu.
4) Lack of determination will not be referred to as falta-de-colhões or coisa-de-maricas and neither will persons who lack initiative as picha-mole, corno, or mariconso.
5) Unusual or creative ideas from your superiors are not to be referred to as punheta-mental.
6) Do not say esse-cabrão-enche-a-porra-do-juízo if a person is persistent.When a task is heavy to achieve remember that you must not say é uma-foda.In a similar way, do not use esse-gajo-está-fodido if colleague isgoing through a difficult situation. Furthermore, you must not say que-putedo when matters become complicated.
7) When asking someone to leave you alone, you must not say vai-à-merda.. Do not ever substitute "May I help you" with que-porra-é-que-tu-queres??When things get tough, an acceptable statement such as "we are going through a difficult time” should be used rather than isto-está-tudo-fodido.
8) No salary increase shall ever be referred to as aumento-dum-cabrão.
9) Last but not least after reading this memo please do not say mete-o-no-cu. Just keep it clean and dispose of it properly.
We hope you will keep these directions in mind. Thank you."

Tuesday, December 11, 2007

ARCA

Monday, December 10, 2007

Fuck scene

Variações da palavra numa belíssima cena da série The wire, onde se demonstra que, por vezes, não é preciso dizer muito...


Felix Gmelin
After Piet Mondrian

Sunday, December 09, 2007


Josh Smith

Li Yan

ADAM

ADACH

Sylvain Chauveau - In your Room




Quem disse que as versões não são melhores que os originais?

Versão de In your Room dos Depeche Mode

Friday, December 07, 2007


Mathew Cerletty

Johannes Wohnseifer

Max Dodson

Íntimas


Íntima Fracção no Expresso online.

Saturday, December 01, 2007

Zach

Tenho andado um pouco arredado deste blogue e, sem falsas modéstias, julgo que pouca mais-valia viria acrescentar, isto no no caso de uma contribuição mais regular, claro. Mas siga. O que me traz aqui não é para falar dos dramas do Burundi nem do pesadelo escatológico que é o país onde infelizmente e sem direito de opção fomos obrigados a ser paridos (mas isto são considerações pessoais, que ninguém tem de seguir). É, isso sim, para louvar a inciativa de quem colocou aqui um dos maiores talentos da música actual: o Zach Condon, pois. Nada a acrescentar, porque após ouvir o homem fico com a nítida sensação que se há alguém que não veio trazer nada de novo ao mundo, esse alguém sou eu.

Wednesday, November 21, 2007

Adeus!

finda a triste conferência de imprensa com que nos brindaste, deixas-me apenas um desejo a bailar no cérebro: rua! não fazes cá falta. não tens o direito de tratar assim este país. somos nós este país. não és tu. nós somos aquele género de portugueses cuja essência desconheces. aquele tipo de portugueses que não tem patrocínio da nike. que não tem empresário a negociar destinos. rua! não fazes cá falta.

Tuesday, November 20, 2007

Prestem atenção...

Prestem bem atenção!
A televisão não é a verdade! A televisão é um raio de um parque de diversões! A televisão é um circo, um carnaval, uma cambada de acrobatas viajantes, contadores de histórias, dançarinos, cantores, malabaristas, aberrações, domadores de leões e jogadores de futebol.
É o negócio da matança do aborrecimento!
Mas vocês estão aí sentados, dia após dia, noite após noite, todas as idades, cores, crenças... a televisão é tudo aquilo que sabem. E começam a acreditar nas ilusões que vêem. Começam a acreditar que esta caixa é a realidade e as vossas vidas não são reais.
Vocês fazem tudo o que a caixa vos diz para fazer.
Vestem-se como na caixa.
Comem como na caixa.
Criam as crianças como na caixa.
Até pensam como a caixa.
Isto é uma doidice massiva seus dementes!
Vocês é que são reais! Televisão é ilusão... http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024

P.S. - Obrigado ao Rodri

Monday, November 19, 2007

11º - AddArt

No site aqui ao lado, no seu top 15 dos sites mais cool em todo o mundo, temos o habitante do mundo virtual - Pim Derneden - e a sua AddArt:
- O quê?
- É uma extensão do Firefox que substitui as imagens publicítárias que vemos nas páginas da net por imagens de arte retiradas de uma cuidada base de dados.Na interpretação feita pelo júri dos Sinais do Tempo, o bloqueio publicitário é um tópico muito em voga em muitas partes do mundo devido às queixas que têm surgido por parte dos publicitários. No entanto, para eles, o que interessa é que se trata de uma estratégia muito bem esgalhada para todos os programadores que adoram navegar num ambiente personalizado e criado para se evitar o bombardeamento comercial.
- Porquê?
- Porque é assim que o mundo deveria ser. Uma fonte a jorrar creatividade e nós embebidos com a mesma. Há versões protótipo do plugin e colaborações com os que desenvolveram o AdBlockPlus, de forma a ir mais além do que apenas bloquear publicidade.
- Porreiro pá, porreiro! Agora não papo com anúncios de merda. Tudo bom. But let us take a closer look...
... à esquerda é o antes, na direita o depois de usar o AddArt-Plugin.
Como se pode ver pelas imagens, por vezes prefiro apanhar com o mais novo detergente lava tudo a surgir no mercado do que ter as minhas páginas lavadas de nacionalismos exacerbados dos seus criadores que tão bem demonstram de que calibre é feita a base de dados da sua única secção... de arte?
P.S. - Agradecimentos ao cabeçudo que deu-me o que escrever.

Let the seasons begin...

Still cool like dat...

Sunday, November 18, 2007

Três questões...

Say I found a piece of rock
And put it in my pocket
And for the day that we are wed
I put it in a locket
Which is to hang around your neck
As long as you see fit
Well, tell me, o my love
Do you think that you would wear it?

And on the day that threatens
That the earth might open up
The birds have stopped their singing
And the insects have shut up
And all that's left between us
Is some al-homdillillilie
Oh would you split it with me, baby
So that I wouldn't die?

And after all these things
Is a question I must ask
When everyone has called me out
And said I am the worst
And asked for voices on my side
My love, would you sing first?
Would you say,

"He's okay,
He's better than the rest ;
He's innocent in god's eyes
And in mine, he is the best"?
in, Master and everyone

Mãos ao alto, baby...

I've been hanging round
Everywhere you go in town
Watching you forget me

I want to see you crack
I'm going to get you back
Put your hands up baby

You're talking to me like I'm in your debt
You don't remember things I can't forget

Now you don't look so well
Turn that gun back on yourself
And take a load off baby

I've had enough this time
Give me back my boots you swine
It's your fault you hate me

I only hate you 'cause I hate myself
It breaks my heart that I can't wish you well

Now I could end this here
Die and take you with me dear
It could be so easy

I don't care what you do
I’ll still be rid of you
Just make your mind up baby

I'll turn around I'll walk away from you
If I turn back I'll be the death of you
in, If looks could kill EP

Monday, November 12, 2007

3 minutos antes da maré encher

é seguramente um dos projectos mais aliciantes da música contemporânea portuguesa. a reinvenção de uma matriz musical. não faz capa de revista, não tem tez morena e cabelo loiro. não é coisa da moda. em suma, não tem marketing. não tem grammy latino. mas tem Portugal.

aliás, respira Portugal. o verdadeiro. marialva, cru, de faca no bolso, afiada. naifa, dizem eles. e dizem bem. que bela banda sonora para o Portugal que hoje vivemos. aguardela, varatojo,maria. poesia portuguesa. guitarra portuguesa. bateria. baixo. voz. portuguesa. silêncio. aqui canta-se algo que não é só fado.

minha benévola terra
se eu te pudesse beber,
pacificar, fazer guerra,
sentar-te à mesa e escrever.

ó minha terra de arados
de tardes lentas e quentes,
e luz que mostra parados
rebanhos incandescentes.
quando passo de automóvel
esqueço-me de onde moro
porque sou meu lar imóvel.

o rádio sempre a tocar
um coração avariado
que não posso desligar.
("Antena", poema de Rui Lage/música de A Naifa)

Tuesday, November 06, 2007

Friday, November 02, 2007

Trissomia Tri... partida...

Certas imagens valem por si próprias. Não diminuem a capacidade de comunicação porque dizem mais que qualquer texto escrito.
Tenho abusado desta ferramenta para espicaçar o resto da trissomia porque tenho coisas para gritar... mas apenas saem imagens e nada de legendas. Faço parte duma trissomia e não funciono bem só com a mia.
Maior parte do pessoal tem medo da tecnologia. A solução é esquecê--la.
Exemplo: em relação aos carros, ligam-nos e arrancam. Movem-se sem perceberem! Tenho saudades de andar...
... como é possível que quem escreva para viver não tenha nada para dizer? Writer's blog acontece a todos... mas quando assim é, percebamos a tecnologia que nos rodeia. No mínimo, fará com que surja algum oásis nesse vosso deserto... de tempo? Também acho que não... são fases, são vontades, que regressem as saudades de escrever...

Desertos

A capacidade de comunicação está a diminuir-nos na proporção inversa ao aparecimento de ferramentas que, em teoria, a deveriam potenciar. Temos meios, mas falta-nos conteúdo. No fundo, quer-me parecer que secámos. Estamos desertos por dentro. Temos é alguma folhagem por fora. Que disfarça. Mas só isso.

Wednesday, October 31, 2007

Viagens...

Depois de Paris, Texas com Ry Cooder... Moscovo, Idaho com Josh Ritter...

Lipton ice teeth...

Friday, October 19, 2007

Porreiro pá...

Jano-me...

É preciso estar sempre janado. É isso mesmo: é a única questão. Para não sentir o fardo horrivel do tempo que nos verga os ombros e nos inclina a terra, é preciso que nos janemos sem cessar. Mas com quê? Com erva, haxe ou pólen, como vos aprouver. Mas janai-vos. E se algumas vezes, nos degraus de um prédio, na relva verde de um jardim, na solidão triste do vosso quarto, acordardes, com a janadice já diminuida ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio, responder-vos-ão: "É hora de vos janardes! Para não serdes os escravos martirizados do tempo, janai-vos sem cessar! De erva, haxe ou pólen, como vos aprouver. Mas sempre, sempre com música...

Tuesday, October 16, 2007

Crueldade Caricaturista

Talvez devido ao meu sentido de humor... agrada-me a crueldade que tem de existir no trabalho de caricaturista, cartoonista ou desenhador satírico.
No caso específico da caricatura é tornar visível o processo de memorização do cérebro. É uma lógica de percepção, o focar os pontos essenciais da fisionomia das pessoas. O espectador que junte os pontinhos.
André Carrilho fá-lo como ninguém, tal anti-cirurgião plástico que, em vez de corrigir os exageros, amplifica-os com uma invulgar capacidade de síntese e de forma inconfundível.
Um dos poucos que conseguiu alcançar reconhecimento internacional, com participações regulares no “New York Times” e no “Jornal de Negócios” (este último bem próximo do Sadenamarquise) e outras pontuais em jornais como o “Público” e o “Expresso”, conta no currículo, entre outros, com o prémio Zé Pacóvio (Também tu com os nomes Bruto?)!

Sunday, October 14, 2007

Filosofia pacense

o caminho para a felicidade não passa pelos descontos de 39 euros que as moviflores e ikeas desta vida te oferecem para que sejas tu a montar as merdas que compras.

Posse

o problema é sempre o tempo que passa. por voltas e voltas que dê à cabeça, não chego a outra conclusão. o problema é sempre o tempo que passa. ou não.

Thursday, October 11, 2007

Wednesday, October 10, 2007

Nomes

gosto de Alfredo Bruto da Costa. do nome, claro. o homem não conheço. só de nome. Alfredo Bruto da Costa é presidente do conselho económico e social. e salta a primeira piaducha: o secretário-geral deste órgão acode pelo nome de César Estúpido dos Santos?

é inevitável. peço desculpa, sei que isto resvala um pouco para o batanete, mas é inevitável. se o ouço na rádio, se o leio nos jornais, se o vejo na televisão... sejamos francos, o cérebro reage sempre quando nos deparamos com o nome Afredo Bruto da Costa.

podia dar-se a feliz coincidência de o nome Bruto ter sido conjugado com outro qualquer. um que provocasse ruído na dicotomia. que não fosse "sexy" no apelo à conjugação. por exemplo... Benevides. Afredo Bruto Benevides não soa. se calhar tratá-lo-iam só pelo primeiro e último nome. Alfredo Benevides. mas com um Costa a seguir a Bruto... quem é que no seu perfeito juízo perde a oportunidade de dizer Afredo Bruto da Costa num contexto em que isso faça sentido? Convenhamos: até sabe bem dizê-lo. parece que alivia.

poderia haver, com certeza, outra enorme variedade de nomes igualmente ridículos. podemos testar alguns. José Cretino de Vasconcelos. Rodrigo Idiota da Silva. Alexandre Parvo de Magalhães. Júlio Labrego de Ramalho e Burnay. há uma infinidade de hipóteses. todas elas patéticas. e era bom que estes senhore existissem de facto. que andassem por aí. animavam a vida social, os noticiários, a vida às pessoas.
mas a verdade é que nenhum existe. já Alfredo Bruto da Costa anda aí. e é esse o mérito dele. ter um nome parvo e andar por aí. digo-vos, só pode ser boa pessoa.

E agora, venha daí um "encontro com mr. hyde"

Tambussi, Rissut, Laionel, Marcelão, Bangoura, Diakité, Kifuta, Liendo, Bosansic, Olufemi, Fleurival, Gajic, Grzelak, Essame... não, não é o onze vencedor do torneio de futebol das empreitadas da somague. é metade do plantel do boavista fc, clube que se sagrou campeão nacional há apenas seis anos.

depois disso, a queda. de trambolhão em trambolhão. até à ridícula situação actual. João Loureiro anunciou a despedida. e eu, que nos último anos criei um ódio de estimação àquele clube, digo sinceramente: já vai tarde. deixa o clube completamente descaracterizado, afundado em dívidas, sem rumo, a lutar para não descer de divisão, enredado na teia de malabarismos político-económicos que herdou do seu pai.

é triste. sobretudo porque, antes do boavista de Jaime Pacheco, confesso que o meu crescimento enquanto apaixonado de futebol foi acompanhado por um certo carinho pelos boavistas dos tempos de Manuel José e João Alves, por exemplo. mas hoje, aquilo a que assistimos, é a expressão máxima do anti-boavistão desses tempos. é penoso ver esta equipa jogar. é assustador ver a falta de qualidade de alguns atletas. é triste ver aquele estádio sempre às moscas. é deprimente ver Jaime Pacheco a... ser Jaime Pacheco. ele próprio. lutando contra a sua incapacidade de ver o futebol de forma diferente.

resta-me esperar que a saída de Loureiro não assinale apenas o fim de uma era no boavista. já agora, ela que marque, também, mesmo que apenas de forma simbólica, o precipitar do apocalipse para uma certa forma de estar no dirigismo desportivo. a forma trauliteira, populista, de falso altruísmo em prol do clube. um modelo personificado pelos alves, bartolomeus e pereiras que por aí andam. era aproveitar, meus senhores. era aproveitar a boleia dos loureiros e iam às vossas vidinhas... a malta agradecia.

O rigor e a desonestidade, essas coisas malandras...

a edição de hoje do "dn" inclui, na secção de media, um artigo delicioso sobre o novo jornal gratuito do grupo controlinveste. a nova publicação dá pelo nome de "global notícias". e, para quem não sabe, o grupo controlinveste, de Joaquim Oliveira, é também proprietário do "dn".

ora, quando um jornal de um grupo de media publica um artigo sob o pretexto de assinalar o primeiro mês - grande efeméride! - de outro jornal desse mesmo grupo, enfim... digamos que não é complicado perceber que estamos perante aquilo a que habitualmente se chama... hum... bem, eu não queria usar a expressão, mas acho que não há volta a dar: frete!

tratando-se do "dn", impunha-se, no entanto, dar o benefício da dúvida. estatutos. legítimos. daqueles que se adquirem quando uma pessoa se habitua à ideia de que determinado jornal tem uma história secular de credibilidade. posto isto, parti de peito aberto para a leitura do artigo que o "dn" hoje nos propôs. sem dogmas. sem preconceitos. venha de lá o balanço ao primeiro mês de existência do quarto diário generalista gratuito a ser lançado em Portugal.

e o que é que se extrai desta experiência? pois. precisamente isso. infelizmente, as primeiras impressões que tiramos das coisas são, geralmente, as mais acertadas. frete.

falam o director executivo e o director comercial. o balanço, claro!, "é positivo". nem podia ser de outra forma. "foi importante a chegada do 'global notícias' porque agitou o mercado dos gratuitos", diz o executivo. "os anunciantes reconhecem que o jornal é um produto com características diferenciadoras", diz o comercial. a tiragem esgota, os anunciantes aplaudem, os distribuidores não têm mãos a medir na distribuição, o mercado agradece, 2008 vai ser fenomenal, as receitas vão crescer... e eu vomito.

é certo que a linha que divide os conceitos de informação e propaganda está cada vez mais esborratada. mas, ingenuidade minha, estava capaz de garantir que ela ainda existe. que basta recorrer ao critério do bom senso para evitar o ridículo de escrever um texto destes sem sequer auscultar uma (só uma...) fonte independente que pudesse credibilizar a informação que se está a veicular. alguém que até pudesse dizer só "sim senhora, que belo jornal têm vocemessês aqui, pá". enfim, alguém de fora, nem que fosse só para mostrar que o mercado existe e que está aí para tirar as suas ilações.

enfim, se calhar sou eu que estou feito um velho do restelo. se calhar é isso. se calhar o artigo até tem pés e cabeça. faz sentido. é pertinente. será? deve ser...

Quim

PS: não, afinal não é. se dúvidas restassem sobre a pertinência jornalística da "coisa", a ausência de assinatura no artigo encerra o assunto. é a estocada final na minha fé. mas, simultaneamente, é um sinal de esperança: sempre significa que a desonestidade tem limites, caramba! e eu não gosto de perder uma oportunidade de ver as coisas pelo lado positivo.

La toilette des etoilles

se analisarmos bem as coisas, andamos todos nisto apenas por uma questão de fé. o que não deixa de ser patético. mesmo que não pareça.

dizem que não devemos voltar aos locais onde fomos felizes. que" há coisas". a verdade é que me sinto fascinado por este conceito. "coisas". é bonito, vago, abrangente. e, sobretudo, obriga-nos a amaricar os lábios em diante para pronunciá-lo. o conceito.

no fundo, do que aqui se trata é que não corro riscos. não podemos dizer que este seja um sítio onde me tenha sentido particularmente feliz. ou infeliz. por isso, volto. eis-me. e assinalo o momento citando quinito: já tinha saudades do cheiro a balneário. ou a casa de banho. tanto faz. desde que tenha mármores.

Per(di)verti-me...

Silence, pas un mot

Tuesday, October 09, 2007

Che

“Se você treme de indignação perante a uma injustiça cometida a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, então somos companheiros.” - Che Guevara
(Companheiros: é injusto o que se fez aqui ao Rato Mickey... estou indignado!)

Friday, October 05, 2007

Tuesday, October 02, 2007

Sunday, September 16, 2007

CONTIGO

¿Mi tierra?Mi tierra eres tú.
¿Mi gente? Mi gente eres tú.
El destierro y la muerte para mi están adonde no estés tú.
¿Y mi vida? Dime, mi vida, ¿qué es, si no eres tú?

Luis Cernuda

Caro Cernuda,

Não me recordes a maldita hora fora do hábito de não ver mais senão a sua imagem, e não mais do que isso. Não vê-la mais, não ter mais terra, gente, vida...os olhos, sim, esses que queria verdes para não mais voltar e morrer gloriosamente feliz.

Atentamente

Pe

Friday, September 07, 2007

Tuesday, September 04, 2007

Cloverfield

Ao que parece é o filme mistério de 2008. Pode até nem valer a pena, mas marketing deste é sempre bem esgalhado ao contrário de todos os spoilers que se vêem hoje em dia nos trailers...

Sunday, September 02, 2007

ParkeHarrison

Forest bed

Suspension

Passage

Reclamation

Turning the Spring

Mourning cloack