Wednesday, October 31, 2007

Viagens...

Depois de Paris, Texas com Ry Cooder... Moscovo, Idaho com Josh Ritter...

Lipton ice teeth...

Friday, October 19, 2007

Porreiro pá...

Jano-me...

É preciso estar sempre janado. É isso mesmo: é a única questão. Para não sentir o fardo horrivel do tempo que nos verga os ombros e nos inclina a terra, é preciso que nos janemos sem cessar. Mas com quê? Com erva, haxe ou pólen, como vos aprouver. Mas janai-vos. E se algumas vezes, nos degraus de um prédio, na relva verde de um jardim, na solidão triste do vosso quarto, acordardes, com a janadice já diminuida ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio, responder-vos-ão: "É hora de vos janardes! Para não serdes os escravos martirizados do tempo, janai-vos sem cessar! De erva, haxe ou pólen, como vos aprouver. Mas sempre, sempre com música...

Tuesday, October 16, 2007

Crueldade Caricaturista

Talvez devido ao meu sentido de humor... agrada-me a crueldade que tem de existir no trabalho de caricaturista, cartoonista ou desenhador satírico.
No caso específico da caricatura é tornar visível o processo de memorização do cérebro. É uma lógica de percepção, o focar os pontos essenciais da fisionomia das pessoas. O espectador que junte os pontinhos.
André Carrilho fá-lo como ninguém, tal anti-cirurgião plástico que, em vez de corrigir os exageros, amplifica-os com uma invulgar capacidade de síntese e de forma inconfundível.
Um dos poucos que conseguiu alcançar reconhecimento internacional, com participações regulares no “New York Times” e no “Jornal de Negócios” (este último bem próximo do Sadenamarquise) e outras pontuais em jornais como o “Público” e o “Expresso”, conta no currículo, entre outros, com o prémio Zé Pacóvio (Também tu com os nomes Bruto?)!

Sunday, October 14, 2007

Filosofia pacense

o caminho para a felicidade não passa pelos descontos de 39 euros que as moviflores e ikeas desta vida te oferecem para que sejas tu a montar as merdas que compras.

Posse

o problema é sempre o tempo que passa. por voltas e voltas que dê à cabeça, não chego a outra conclusão. o problema é sempre o tempo que passa. ou não.

Thursday, October 11, 2007

Wednesday, October 10, 2007

Nomes

gosto de Alfredo Bruto da Costa. do nome, claro. o homem não conheço. só de nome. Alfredo Bruto da Costa é presidente do conselho económico e social. e salta a primeira piaducha: o secretário-geral deste órgão acode pelo nome de César Estúpido dos Santos?

é inevitável. peço desculpa, sei que isto resvala um pouco para o batanete, mas é inevitável. se o ouço na rádio, se o leio nos jornais, se o vejo na televisão... sejamos francos, o cérebro reage sempre quando nos deparamos com o nome Afredo Bruto da Costa.

podia dar-se a feliz coincidência de o nome Bruto ter sido conjugado com outro qualquer. um que provocasse ruído na dicotomia. que não fosse "sexy" no apelo à conjugação. por exemplo... Benevides. Afredo Bruto Benevides não soa. se calhar tratá-lo-iam só pelo primeiro e último nome. Alfredo Benevides. mas com um Costa a seguir a Bruto... quem é que no seu perfeito juízo perde a oportunidade de dizer Afredo Bruto da Costa num contexto em que isso faça sentido? Convenhamos: até sabe bem dizê-lo. parece que alivia.

poderia haver, com certeza, outra enorme variedade de nomes igualmente ridículos. podemos testar alguns. José Cretino de Vasconcelos. Rodrigo Idiota da Silva. Alexandre Parvo de Magalhães. Júlio Labrego de Ramalho e Burnay. há uma infinidade de hipóteses. todas elas patéticas. e era bom que estes senhore existissem de facto. que andassem por aí. animavam a vida social, os noticiários, a vida às pessoas.
mas a verdade é que nenhum existe. já Alfredo Bruto da Costa anda aí. e é esse o mérito dele. ter um nome parvo e andar por aí. digo-vos, só pode ser boa pessoa.

E agora, venha daí um "encontro com mr. hyde"

Tambussi, Rissut, Laionel, Marcelão, Bangoura, Diakité, Kifuta, Liendo, Bosansic, Olufemi, Fleurival, Gajic, Grzelak, Essame... não, não é o onze vencedor do torneio de futebol das empreitadas da somague. é metade do plantel do boavista fc, clube que se sagrou campeão nacional há apenas seis anos.

depois disso, a queda. de trambolhão em trambolhão. até à ridícula situação actual. João Loureiro anunciou a despedida. e eu, que nos último anos criei um ódio de estimação àquele clube, digo sinceramente: já vai tarde. deixa o clube completamente descaracterizado, afundado em dívidas, sem rumo, a lutar para não descer de divisão, enredado na teia de malabarismos político-económicos que herdou do seu pai.

é triste. sobretudo porque, antes do boavista de Jaime Pacheco, confesso que o meu crescimento enquanto apaixonado de futebol foi acompanhado por um certo carinho pelos boavistas dos tempos de Manuel José e João Alves, por exemplo. mas hoje, aquilo a que assistimos, é a expressão máxima do anti-boavistão desses tempos. é penoso ver esta equipa jogar. é assustador ver a falta de qualidade de alguns atletas. é triste ver aquele estádio sempre às moscas. é deprimente ver Jaime Pacheco a... ser Jaime Pacheco. ele próprio. lutando contra a sua incapacidade de ver o futebol de forma diferente.

resta-me esperar que a saída de Loureiro não assinale apenas o fim de uma era no boavista. já agora, ela que marque, também, mesmo que apenas de forma simbólica, o precipitar do apocalipse para uma certa forma de estar no dirigismo desportivo. a forma trauliteira, populista, de falso altruísmo em prol do clube. um modelo personificado pelos alves, bartolomeus e pereiras que por aí andam. era aproveitar, meus senhores. era aproveitar a boleia dos loureiros e iam às vossas vidinhas... a malta agradecia.

O rigor e a desonestidade, essas coisas malandras...

a edição de hoje do "dn" inclui, na secção de media, um artigo delicioso sobre o novo jornal gratuito do grupo controlinveste. a nova publicação dá pelo nome de "global notícias". e, para quem não sabe, o grupo controlinveste, de Joaquim Oliveira, é também proprietário do "dn".

ora, quando um jornal de um grupo de media publica um artigo sob o pretexto de assinalar o primeiro mês - grande efeméride! - de outro jornal desse mesmo grupo, enfim... digamos que não é complicado perceber que estamos perante aquilo a que habitualmente se chama... hum... bem, eu não queria usar a expressão, mas acho que não há volta a dar: frete!

tratando-se do "dn", impunha-se, no entanto, dar o benefício da dúvida. estatutos. legítimos. daqueles que se adquirem quando uma pessoa se habitua à ideia de que determinado jornal tem uma história secular de credibilidade. posto isto, parti de peito aberto para a leitura do artigo que o "dn" hoje nos propôs. sem dogmas. sem preconceitos. venha de lá o balanço ao primeiro mês de existência do quarto diário generalista gratuito a ser lançado em Portugal.

e o que é que se extrai desta experiência? pois. precisamente isso. infelizmente, as primeiras impressões que tiramos das coisas são, geralmente, as mais acertadas. frete.

falam o director executivo e o director comercial. o balanço, claro!, "é positivo". nem podia ser de outra forma. "foi importante a chegada do 'global notícias' porque agitou o mercado dos gratuitos", diz o executivo. "os anunciantes reconhecem que o jornal é um produto com características diferenciadoras", diz o comercial. a tiragem esgota, os anunciantes aplaudem, os distribuidores não têm mãos a medir na distribuição, o mercado agradece, 2008 vai ser fenomenal, as receitas vão crescer... e eu vomito.

é certo que a linha que divide os conceitos de informação e propaganda está cada vez mais esborratada. mas, ingenuidade minha, estava capaz de garantir que ela ainda existe. que basta recorrer ao critério do bom senso para evitar o ridículo de escrever um texto destes sem sequer auscultar uma (só uma...) fonte independente que pudesse credibilizar a informação que se está a veicular. alguém que até pudesse dizer só "sim senhora, que belo jornal têm vocemessês aqui, pá". enfim, alguém de fora, nem que fosse só para mostrar que o mercado existe e que está aí para tirar as suas ilações.

enfim, se calhar sou eu que estou feito um velho do restelo. se calhar é isso. se calhar o artigo até tem pés e cabeça. faz sentido. é pertinente. será? deve ser...

Quim

PS: não, afinal não é. se dúvidas restassem sobre a pertinência jornalística da "coisa", a ausência de assinatura no artigo encerra o assunto. é a estocada final na minha fé. mas, simultaneamente, é um sinal de esperança: sempre significa que a desonestidade tem limites, caramba! e eu não gosto de perder uma oportunidade de ver as coisas pelo lado positivo.

La toilette des etoilles

se analisarmos bem as coisas, andamos todos nisto apenas por uma questão de fé. o que não deixa de ser patético. mesmo que não pareça.

dizem que não devemos voltar aos locais onde fomos felizes. que" há coisas". a verdade é que me sinto fascinado por este conceito. "coisas". é bonito, vago, abrangente. e, sobretudo, obriga-nos a amaricar os lábios em diante para pronunciá-lo. o conceito.

no fundo, do que aqui se trata é que não corro riscos. não podemos dizer que este seja um sítio onde me tenha sentido particularmente feliz. ou infeliz. por isso, volto. eis-me. e assinalo o momento citando quinito: já tinha saudades do cheiro a balneário. ou a casa de banho. tanto faz. desde que tenha mármores.

Per(di)verti-me...

Silence, pas un mot

Tuesday, October 09, 2007

Che

“Se você treme de indignação perante a uma injustiça cometida a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, então somos companheiros.” - Che Guevara
(Companheiros: é injusto o que se fez aqui ao Rato Mickey... estou indignado!)

Friday, October 05, 2007

Tuesday, October 02, 2007