Thursday, November 09, 2006

Uma proposta de contracapa...

“No momento em que tomou consciência da dimensão finita da condição humana, Ubaldo Enes Gonçalves sentiu baquear toda a estrutura que suportava a sua existência. Era a terceira vez que experimentava o fenómeno, com a curiosidade de este ocorrer sempre que acabava de comer alheiras na tasca do senhor Capela. Chegara, por isso, o momento de colocar um ponto final na teoria da coincidência: tornava-se por de mais evidente que o óleo utilizado pela dona Adelaide na fritura dos enchidos tinha o condão de desequilibrar o paradigma da sua essência moral. «Basta!», pensou. «Tenho de investigar esta tramóia». E assim o fez”.

Completamente desfasado do conteúdo do livro, o excerto supracitado configura uma perfeita idiotice, arriscando elevar esta contracapa à condição de momento mais cretino da história da literatura. Seja como for, é opinião unânime que qualquer contracapa fica mais ‘compostinha’ se estiver preenchida com uma mancha de texto. E esse é um feito que já ninguém lhes tira.

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