ora, quando um jornal de um grupo de media publica um artigo sob o pretexto de assinalar o primeiro mês - grande efeméride! - de outro jornal desse mesmo grupo, enfim... digamos que não é complicado perceber que estamos perante aquilo a que habitualmente se chama... hum... bem, eu não queria usar a expressão, mas acho que não há volta a dar: frete!
tratando-se do "dn", impunha-se, no entanto, dar o benefício da dúvida. estatutos. legítimos. daqueles que se adquirem quando uma pessoa se habitua à ideia de que determinado jornal tem uma história secular de credibilidade. posto isto, parti de peito aberto para a leitura do artigo que o "dn" hoje nos propôs. sem dogmas. sem preconceitos. venha de lá o balanço ao primeiro mês de existência do quarto diário generalista gratuito a ser lançado em Portugal.
e o que é que se extrai desta experiência? pois. precisamente isso. infelizmente, as primeiras impressões que tiramos das coisas são, geralmente, as mais acertadas. frete.
falam o director executivo e o director comercial. o balanço, claro!, "é positivo". nem podia ser de outra forma. "foi importante a chegada do 'global notícias' porque agitou o mercado dos gratuitos", diz o executivo. "os anunciantes reconhecem que o jornal é um produto com características diferenciadoras", diz o comercial. a tiragem esgota, os anunciantes aplaudem, os distribuidores não têm mãos a medir na distribuição, o mercado agradece, 2008 vai ser fenomenal, as receitas vão crescer... e eu vomito.
é certo que a linha que divide os conceitos de informação e propaganda está cada vez mais esborratada. mas, ingenuidade minha, estava capaz de garantir que ela ainda existe. que basta recorrer ao critério do bom senso para evitar o ridículo de escrever um texto destes sem sequer auscultar uma (só uma...) fonte independente que pudesse credibilizar a informação que se está a veicular. alguém que até pudesse dizer só "sim senhora, que belo jornal têm vocemessês aqui, pá". enfim, alguém de fora, nem que fosse só para mostrar que o mercado existe e que está aí para tirar as suas ilações.
enfim, se calhar sou eu que estou feito um velho do restelo. se calhar é isso. se calhar o artigo até tem pés e cabeça. faz sentido. é pertinente. será? deve ser...
Quim
PS: não, afinal não é. se dúvidas restassem sobre a pertinência jornalística da "coisa", a ausência de assinatura no artigo encerra o assunto. é a estocada final na minha fé. mas, simultaneamente, é um sinal de esperança: sempre significa que a desonestidade tem limites, caramba! e eu não gosto de perder uma oportunidade de ver as coisas pelo lado positivo.
tratando-se do "dn", impunha-se, no entanto, dar o benefício da dúvida. estatutos. legítimos. daqueles que se adquirem quando uma pessoa se habitua à ideia de que determinado jornal tem uma história secular de credibilidade. posto isto, parti de peito aberto para a leitura do artigo que o "dn" hoje nos propôs. sem dogmas. sem preconceitos. venha de lá o balanço ao primeiro mês de existência do quarto diário generalista gratuito a ser lançado em Portugal.
e o que é que se extrai desta experiência? pois. precisamente isso. infelizmente, as primeiras impressões que tiramos das coisas são, geralmente, as mais acertadas. frete.
falam o director executivo e o director comercial. o balanço, claro!, "é positivo". nem podia ser de outra forma. "foi importante a chegada do 'global notícias' porque agitou o mercado dos gratuitos", diz o executivo. "os anunciantes reconhecem que o jornal é um produto com características diferenciadoras", diz o comercial. a tiragem esgota, os anunciantes aplaudem, os distribuidores não têm mãos a medir na distribuição, o mercado agradece, 2008 vai ser fenomenal, as receitas vão crescer... e eu vomito.
é certo que a linha que divide os conceitos de informação e propaganda está cada vez mais esborratada. mas, ingenuidade minha, estava capaz de garantir que ela ainda existe. que basta recorrer ao critério do bom senso para evitar o ridículo de escrever um texto destes sem sequer auscultar uma (só uma...) fonte independente que pudesse credibilizar a informação que se está a veicular. alguém que até pudesse dizer só "sim senhora, que belo jornal têm vocemessês aqui, pá". enfim, alguém de fora, nem que fosse só para mostrar que o mercado existe e que está aí para tirar as suas ilações.
enfim, se calhar sou eu que estou feito um velho do restelo. se calhar é isso. se calhar o artigo até tem pés e cabeça. faz sentido. é pertinente. será? deve ser...
Quim
PS: não, afinal não é. se dúvidas restassem sobre a pertinência jornalística da "coisa", a ausência de assinatura no artigo encerra o assunto. é a estocada final na minha fé. mas, simultaneamente, é um sinal de esperança: sempre significa que a desonestidade tem limites, caramba! e eu não gosto de perder uma oportunidade de ver as coisas pelo lado positivo.
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