Segundo consta, a FIFA está a ponderar retirar ao Zidane o troféu de melhor jogador do recente Mundial 2006. “O comité executivo da FIFA tem o direito e o dever de intervir quando vir um comportamento contrário à ética desportiva”, disse o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter, ao diário italiano La Repubblica.
Este tipo de postura mete-me, digamos assim, um certo asco. Não que seja apologista da violência ou que entenda que a FIFA não deve pugnar pela defesa do fair-play e blá, blá, blá... É tudo muito bonito, sim senhor. E acho que esses argumentos são válidos. Da mesma forma que também acho que não devia haver fome no mundo e que deviam acabar as guerras e que as crianças são o melhor do mundo e todos esses clichés celebrizados pelas misses naquela fase da cerimónia em que são convidadas a debitar umas banalidades para se aferir da sua personalidade.
Mas a verdade é que tenho uma certa alergia a esta visão tecnocrata do futebol, típica de senhores eternamente acompanhados pelos seus charutos, em animados convívios nas tribunas de honra dos estádios. A cabeçada do Zidane foi um erro? Pois foi. Mas, no limite, entendo-a como uma demonstração de fraqueza. Típica da condição humana. Sublinhando, no fundo, o lado tantas vezes esquecido nas ‘estrelas’ que os adeptos veneram: são homens que ali andam nos relvados, não são máquinas.
Hoje, em conferência de imprensa, Zidane pediu desculpa “às crianças que assistiram àquela cena (...) e também aos seus pais, que tentam mostrar às crianças o que devem e o que não devem fazer” . É de homem. E continuou: “Mas não posso dizer que me arrependo do que fiz porque isso significaria que ele [Materazzi] poderia dizer o que disse”. Também é de homem. Mas a FIFA, obviamente, assim não o entende. Há que punir. Há que disciplinar. Há que castigar. Há que ponderar retirar o troféu legitimamente ganho no terreno. Colocando de lado qualquer envolvência social e/ou humana que possa justificar um (legítimo e humano) erro daquele que foi o melhor jogador de futebol do pós-Maradona.
E já que falo em Maradona... À medida que cresço e que tomo noção desta(s) triste(s) realidade(s), mais admiro e compreendo a sua eterna revolta. À medida que cresço e que tomo noção desta(s) triste(s) realidade(s), mais reforço a convicção de que ele é, foi e será para sempre a personificação do verdadeiro mito do futebol. A arte, o prazer, a emoção. Longe dos espartilhos cinzentos que a FIFA nos quer impingir. Nem que isso implique ter de investir nas narinas o montante de todos os prémios em ouro que a FIFA distribui a quem se acomoda no seu rebanho.
Este tipo de postura mete-me, digamos assim, um certo asco. Não que seja apologista da violência ou que entenda que a FIFA não deve pugnar pela defesa do fair-play e blá, blá, blá... É tudo muito bonito, sim senhor. E acho que esses argumentos são válidos. Da mesma forma que também acho que não devia haver fome no mundo e que deviam acabar as guerras e que as crianças são o melhor do mundo e todos esses clichés celebrizados pelas misses naquela fase da cerimónia em que são convidadas a debitar umas banalidades para se aferir da sua personalidade.
Mas a verdade é que tenho uma certa alergia a esta visão tecnocrata do futebol, típica de senhores eternamente acompanhados pelos seus charutos, em animados convívios nas tribunas de honra dos estádios. A cabeçada do Zidane foi um erro? Pois foi. Mas, no limite, entendo-a como uma demonstração de fraqueza. Típica da condição humana. Sublinhando, no fundo, o lado tantas vezes esquecido nas ‘estrelas’ que os adeptos veneram: são homens que ali andam nos relvados, não são máquinas.
Hoje, em conferência de imprensa, Zidane pediu desculpa “às crianças que assistiram àquela cena (...) e também aos seus pais, que tentam mostrar às crianças o que devem e o que não devem fazer” . É de homem. E continuou: “Mas não posso dizer que me arrependo do que fiz porque isso significaria que ele [Materazzi] poderia dizer o que disse”. Também é de homem. Mas a FIFA, obviamente, assim não o entende. Há que punir. Há que disciplinar. Há que castigar. Há que ponderar retirar o troféu legitimamente ganho no terreno. Colocando de lado qualquer envolvência social e/ou humana que possa justificar um (legítimo e humano) erro daquele que foi o melhor jogador de futebol do pós-Maradona.
E já que falo em Maradona... À medida que cresço e que tomo noção desta(s) triste(s) realidade(s), mais admiro e compreendo a sua eterna revolta. À medida que cresço e que tomo noção desta(s) triste(s) realidade(s), mais reforço a convicção de que ele é, foi e será para sempre a personificação do verdadeiro mito do futebol. A arte, o prazer, a emoção. Longe dos espartilhos cinzentos que a FIFA nos quer impingir. Nem que isso implique ter de investir nas narinas o montante de todos os prémios em ouro que a FIFA distribui a quem se acomoda no seu rebanho.
1 comment:
Really amazing! Useful information. All the best.
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