Saturday, July 15, 2006

O drama de não ter gaja ao sábado

Um homem procura normalmente um ente feminino (não me acusem de ser homofóbico) com quem partilhar coisas do corpo, coisas da alma, coisas da braguilha, coisas suspirantes e sussurantes, coisas doces e amenas, coisas que revolvem e se tornam violentas.
Ao Sábado, o drama de não ter gaja não passa tanto por aí. É mais o acto simbolicamente falhado de, ao comprar o Público, não ter uma, de preferência burguesinha e burra, para o singelo acto de: "Olha, toma este suplemento (Xis) para teres alguma coisa com que te entreter". O mesmo é dizer: "Toma lá isto e fica calada". Não sejamos, portanto, ingénuos e apreciemos a funcionalidade social de cada objecto. Na minha situação presente, a questão torna-se mais bicuda, pois há ali algo que carece de funcionalidade. Aquele objecto curandeiro das maleitas hedonistas da sociedade contemporânea fica para ali jogado, vago e morto, à espera do lugar que merece, the garbage.

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