Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, foi preso.
Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, acomodou-se a uma relação que muito o desmerecia e deixava acabrunhado.
Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, conheceu pessoas novas, que muito justamente o julgavam.
Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, era mentor e actuante em tudo o que fosse patifaria. As notícias corriam veleiras. Por vezes, eram-lhe imputados actos que mesmo ele confessava desconhecer.
Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, continuava aquela relação que muito o deprimia. Mas ela e os outros eram felizes, claro. Ele, como era bom de ver, é que estava mal.
Em 1993, vigorando ainda o cavaquismo, transformou-se num insecto. Acabara de ler a Metamorfose.
Em 1994, vigorando ainda o cavaquismo, a Carmelita sentenciou a morte do seu conatus (não confundir aqui com cona em latim, pois a expressão tem uso filosófico).
Em 1994, vigorando ainda o cavaquismo, desconhecia ainda o movimento Die Brücke. A Carmelita também. Ele acabou por conhecer. Mas a Carmelita não. Porque gozava daquela felicidade que só convém aos estúpidos.
Em 1994, vigorando ainda o Cavaquismo, gozava de péssima reputação. Sentia-se uma metástase no meio de tão saudável convénio social.
Em 1994, vigorando ainda o Cavaquismo, deram-se outros entretantos.
Em 1994, vigorando ainda o Cavaquismo, decidiu que não aguentava mais e fez bom uso da vontade para restabelecer o seu conatus. Fartara-se de Carmelita que, mal sabendo foder, ainda resolveu sacrificar quem lhe era próximo.
Em 1995, caindo o cavaquismo,entrou numa nova fase.
Em 1995, com Guterres já no poder, foi visto muitas vezes estremunhado. Não era caso para tanto. Afinal, Portugal entrara na imorredoura época da felicidade.
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