Wednesday, July 07, 2010

II

"Voz débil que passas, Que humílima gemes Não sei que desgraças... Dir-se-ia que pedes. Dir-se-ia que tremes, Unida às paredes, Se vens, às escuras, Confiar-me ao ouvido Não sei que amarguras...", Camilo Pessanha.

Há neste velório de párocos uma humilde tristeza,
de séculos,
de vergonhas:
uns, vergados, outros, com a saliva a desprender da terra
nada de sentimental, pois tudo é matéria invisível
eu, neste velório, sou cera que arde,
e o meu incensório é o lúgubre silêncio da sua liturgia

No comments: