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O post 300 é meu
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Vozes II - Thom Yorke (mas também o Stephen Hawking, todas as vozes computorizadas e até dos gajos que falam pela garganta)
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Tuesday, February 13, 2007
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Descobri através da Lauren Hoffman que também ando um cadinh estragado... mas sempre com um sorriso... i'm a sucker for that!
Economia da Foda - sistemas abertos e sistemas fechados
Este conceito, que à partida pode ser considerado absurdo, não traz nenhuma novidade. Deriva da "economia libidinal" de Lyotard e utilizo-o aqui com o intuito de filiar-me na galeria dos escritores da foda, onde, entre outros, situou-se Charles Bukowsky.
A economia da foda, como a prefiro designar, tem uma relação muito estreita com a forma como as sociedades estão organizadas e, descendo a um nível mais micro, com as estruturas de parentesco e as relações económicas existentes num espaço e tempo determinados.
Assim, ao fugir de uma leitura substancialista do problema, assumo como válida toda a abordagem que apele à reconfiguração relacional da foda a partir das mudanças ocoridas num determinado sistema. Muito abstracto? Talvez. No entanto, se pensarmos na época em que a família nuclear constituía-se como a instituição basilar da sociedade, constatamos a existência de uma economia libidinal (da foda) mais estável e, quiçá, mais fechada, onde não existia espaço para uma troca mais fervilhante de fluidos. Estávamos na época em que a matriz produtiva sobrepunha-se à do consumo, o que fazia com que práticas mais libertinas, por motivos de marcação dos ritmos de produção económica, fossem reprimidas.
Actualmente, verifica-se o contrário. A matriz de consumo sobrepõe-se à da produção, o que faz com que as relações tenham uma estabilidade similar à lógica social do consumo. Desejo, consumo e deito fora - lógica fascinante do consumo. Não falo de mim, obviamente, mas de todos. Como tudo o que se baseia no fascínio, a duração relacional é breve, curta e instantânea. É radicalmente indexada ao prazer e ao efémero, e a um sistema de trocas bastante volátil. A relação torna-se mercantil, sem qualquer tipo de barreiras alfandegárias, em que, no caso de as haver, o preço a pagar pela importação, pela heterogeneidade de parceiros seria bastante elevado. Ou seja, quanto menos segmentada e estável nos seus ritmos é uma sociedade, maior será o preço ou a taxa a pagar pela mudança - impostos alfandegários, economia fechada, menos competitividade.
De modo inverso, quando uma sociedade funciona em ritmos acelerados, numa lógica de mudança permanente potenciada pelo consumo, maior será a tendência para encarar uma relação de modo semelhante à das acções bolsistas, em que teremos de estar sempre atentos relativamente ao período apropriado para as adquirirmos ou desfazermo-nos delas, de acordo com a ponderação custo-benefício. Já numa sociedade menos heterogénea, como aquela onde me encontro agora, os custos tributários são elevados. Constato, portanto, o predomínio de uma economia da subsistência, com umas couves produzidas no quintal - a mulher ou o homem bem guardados para consumo caseiro -, sobre uma sociedade altamente animada pelas cotações dos índices Nasdak e Dow Jones. Acham que estou a exagerar? Então pensem um bocadinho e vejam se tenho ou não razão.
Neste vídeo encontra-se a corroboração imagética do post anterior.
P.S. - Posted by Jorinhs but written by FP