Thursday, August 31, 2006
Tuesday, August 29, 2006
uma ajudinha, por favor
Algum dos dois pode explicar assim não muito ao pormenor o "caso Mateus"? É que eu já estou um pouquinho a dar para o confuso, e como esse tem sido o assunto mais importante dos últimos dias em Portugal, fico a pensar que ao não entender isso não entendo nada de nada acerca da fenomenologia deste país bizarro.
Porque vem aí a festa democrática
Com o Avante à porta, nada como uma boa comemoração evocativa da morte de Cunhal. Para isso, encomendou-se como oferenda sacrificial ao deus mítico da ordenação mais uma purga política em sua homenagem. Desta vez, o relapso tem por nome Carlos de Sousa e foi, por sinal, um dos autarcas mais prestigiados do país; e, como é costume por aquelas bandas, tudo o que seja dito contra mais um tiro no pé por parte do PCP, tem cheiro a calúnia e a difamação. Mas diz isso a sorrir, Jerónimo!
e coisas tão importantes como a personagem dos dois posts anteriores
O Dr. Manuel Monteiro, aproveita-se do vazio de oposição existente à direita para nos vir dizer que, afinal, o seu partido - e só dele porque não se conhece mais alguém que esteja naquelas sombrias fileiras - é de direita e que foi um erro estratégico não ter assumido esse perfil ideológico desde o início. Monteiro é, portanto, aquilo que se pode designar como um homem de convicções oportunas, nem que isso implique para os espectadores dos vários canais de televisão uns minutos adicionais e penosos a gramar com a sua cara de padreco bonitinho de pronvíncia a escorrer litros e litros de preciosas banalidades.
e a propósito...
criar-se-ia a noção de danos colaterais muito, mas mesmo muito cirúrgicos, para que a coisa não calhasse por má sorte apenas a árabes e a eslavos.
quando a boa educação deixa de estar na moda...
pede-se licença e deparamo-nos com o retorquir irónico de quem está no pedestal dos loosers que cresceram a confudir o jornal Blitz com Marcel Proust, apetece atirar: «Deixa-me passar seu filho-da-puta ou ainda levas uma latada nesses cornos!» É que há coisas que apetecem e cada vez apetecem mais. E, assim, vai-se rolando...com nojo e misantropia.
Friday, August 25, 2006
Não que me exponha assim muito
Sempre mostrei um interesse bastante premente pela questão da pós-modernidade, não tanto por questões intelectivas, mas mais por motivos relacionados com a ética, neste caso, uma ética cínica. Ou seja, ao afirmar que sou pós-moderno tenho sempre a minha sacanice legitimada. Ela pergunta: «Quando nos vemos de novo?» E eu respondo com o ar mais circunspecto que me é possível: «Não sei, mas não fiques à espera que te diga alguma coisa porque sou pós-moderno e, como sabes, isso conduz-me a um relativo desprendimento».
Ela cala-se sem saber muito bem o que quis dizer e lá se varre a minha má-consciência que sempre teve uma forma assim um pouco a dar para o judaico. E estes pesos bem que têm de sair de cima de nós, têm têm.
Tuesday, August 22, 2006
Por outro lado...
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Foi a primeira música que ouvi de Arnaldo Antunes (descoberta numa íntima fracção) e descreveu a boa programação de hoje, na 2, com o programa "Por outro lado" de Ana Sousa Dias.
No início, sem o saber, parecia mais um programa de entrevistas, por onde passava por entre outros canais, sempre sem som, porque a minha televisão só se ouve quando interessa! De resto está quase sempre ligada, mas muteada à minha banda-sonora privada. No entanto, embora nem soubesse quem era o entrevistado na altura, achei diferente o local e cenário escolhido.
Agradava-me aquele simples jogo de espelhos que me permitia um lado visual da conversa: vê-se quem fala e também o reflexo de quem ouve. Dai, até me interessar pelo que conversavam, ficou a um mute botão de distância.
Depois foi reconhecer que ela os sabe escolher bem! Paul Auster, António Cartaxo, o falecido Ali Farka Touré (na única entrevista concedida a um jornalista português), o já citado titãnista, entre tantos outros. E, se ainda hoje não me identifico particularmente com a pessoa em si, devido à sua exagerada e encenada humildade, aprendi a admirar a sua qualidade no papel de entrevistadora. Bem preparada, que se distingue das demais por saber ouvir e por não impor perguntas de forma a controlar o discurso do entrevistado. Outra das suas particularidades é o saber perguntar como quem não pergunta, num processo de extracção da resposta através de reticências, antes do ponto de interrogação. Sem pressas, nem qualquer outro interesse. Afinal, é a melhor forma de conhecer alguém!
Quanto ao Arnaldo e do topo da sua voz excepcionalmente grave, já dizia Caetano Veloso...
Superbacana!
Monday, August 21, 2006
Diz algo que nos surpreenda Alberto João
O chantagista do regime, e seria bom saber porquê, anda de novo a vituperiar a res publica que o alimenta a si e aos seus caciques. Nada de novo. Novo seria fazer um case study da psicologia de massas que tem vindo a manter o triunfo daqueles porcos no poder ao longo dos últimos trinta anos.
Sunday, August 20, 2006
Grass
Por cá, a maltinha do politicamente correcto já se mostrou bastante indignada pelo facto de Grass ter feito parte das SS. Escreveram-se editoriais, artigos e posts de pendor moralista a retirar a legitimidade moral ao homem pelo erro cometido no passado. Porém, aquilo que seria importante, ler a auto-biografia do visado, onde este explica por que razão só revelou a verdade na velhice vai estar vedado a muitos portugueses. As editoras portuguesas, por razões de rentabilidade comercial, não parecem muito interessadas em publicar a auto-biografia de Grass. Na Alemanha já esgotou. Aqui, o que se esgota é a paciência. E esgota-se porque aquilo que poderá ser um dos grandes testemunhos sobre o século XX já está previamente condenado pelos outros moralistas (a obre de Grass é conhecida pelo seu teor moralista), mas, neste caso, os pequeninos, que saem da toca com as suas pomposas verdades antes de mergulharem a fundo na questão.
Na nossa democracia de explicadores - os opinion makers - é natural que assim seja. Embora noutros formatos, é a grande tradição católica do nosso país que emerge, a verdade vem sempre de cima sem que o indivíduo tenha a dignidade de a formular por si. Quando há cerca de três anos se falou em Portugal das duas obras de propaganda de Leni Riefenstahl (O Triunfo da Vontade e Olympia), houve quem prontamente dissesse que era necessário explicar às pessoas o que significavam aqueles filmes porque a sua beleza estética poderia levá-las a simpatizarem com aquelas ideias. Será que há paciência para esta gente que julga que quem está fora do seu raio de acção de cem metros não é dotada de juízo para avaliar por si as questões? Francamente, eu já perdi toda a paciência.
Saturday, August 19, 2006
Dub is wise...
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Dou início ao espaço lúdico deste blog através de um concurso para a escolha das melhores sugestões, que os nossos leitores podem deixar nos seus comentários que façam a este post, para a decoração do espaço 13 em tons dub e reggae, no próximo dia... tá lá tudo... apareçam... há presentes da Holanda para todos!
Continental Airlines
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TAP - Toda A Paciência de Jorinhs
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Mas além de estar predisposto para a peixeirada, o trabalhador da TAP treina incessantemente a cara de carneiro mal morto frente aos milhares de passageiros que pelo seu espelho passam e diz com uma convicção e voz sofredora de que: "Pede imensa desculpa, mas não há nada que possamos fazer senão aguardar. E, quanto à sua queixa, temos uns lindos folhetos onde poderá formalizar a mesma!"
Ao ver os ditos papéis timbrados com as cores lusas, com a brilhante frase: "Venha falar connosco!", imaginei de imediato o resultado que teria: "A sua mensagem foi muito útil para a nossa empresa. Faremos de tudo para que isso não aconteça novamente e bá bá bá e yada yada yada...".
Aliás, verbalmente, eu já tinha falado com eles e nada. Por isso, não iria dar-me ao trabalho de escrever para aqueles gajos. Que eu saiba, já não vou a tempo de viajar em executiva. Por isso, já que o resultado é o mesmo, escrevo aqui!
As queixas são sempre as mesmas: atrasos. Mas quando se trata de uma viagem de longa-escala, como foi o caso da última que fiz na TAP (e quando digo última não me refiro por ter sido a mais recente), acho que se trata mais de incompetência do que um azar que provocou o delaye. É que atrasos nos 6 voos de ligação que fiz na TAP é um bocado demais. Isto quando nem nos dizem a razão do atraso ou quando conseguimos descobrir é devido ao facto do avião ainda não se encontrar pronto para a largada porque a tripulação ainda não o preparou, embora tenha chegado 40 minutos antes do embarque e uma hora e meia antes da partida! Devem tar a rodar lá na casa de banho ou então as sandes mistas a que chamam de "almoço" demoram muito tempo a preparar. Ah! Relativamente a este ponto, lá que "almocei" (ou seja, fiquei sem fome), "almocei"!
Ou, então, a descoberta de uma falha no motor que só ocorre quando o ligam para a descolagem porque até ao momento dos cintos postos, desligar qualquer aparelho eléctrico, colocar as cadeiras na sua posição original e levantar os tabuleiros, nenhum dos pilotos ou técnicos reparou nesse pequeno problema. Por isso, para reparar, é necessário sair do avião e tirar toda a tralha guardada nos compartimentos já que tem que se testar o motor! Durante 5 horas!
A melhor, é que devido a este atraso, perco os meus voos de ligação. Vá lá que a TAP e o seu competente funcionário não perdem tempo a arranjar-me lugar no voo do dia seguinte que parte às 7 da matina. E antes que me comece a queixar que já é uma da manhã, o porreiro cala-me com uma dormida à borla no hotel e ainda uma ceiazinha (até 15 dólares que é para não te armares em esperto) para ir dormir de barriga cheia. Mas só dormes hora e meia, que estamos nos States e aqui a vida é dura contra o terrorista. Portanto, há que estar no aeroporto duas horas antes para as formalidades do embarque/check-in, inspecções e espera em filas.
E quando chega a minha vez, descubro que a marcação foi realmente efectuada para o dia seguinte e não para o mesmo dia. Não sei se se lembram, mas quando a reserva foi feita eram 01:24 do dia 29 de Agosto. E eu tenho um lugarzinho só para mim no voo do dia 30! Que tal?!!?
Deixo-vos com esta notícia de 09 de Agosto:
"A TAP anunciou esta quarta-feira que registou um prejuízo de 51 milhões de euros no primeiro semestre, um agravamento de 6,1 por cento face a igual período do ano passado, mas reafirmou que os resultados anuais serão positivos."
Não é para rir?!? Queriam o quê com o serviço que prestam? E, sinceramente, não acho que seja o único a pensar assim dos 3.140.295 passageiros que a TAP transportou entre Janeiro e Junho deste ano.
P.S. - Desculpem os impropérios aqui escritos quando me refiro à merda da TAP, mas o que aqui relatei foi apenas um terço dos problemas que tive durante a minha viagem. Daí que a agressividade não seja assim tão descabida.
Quanto à TAP, se está falida que fechem as portas de uma vez por todas mas não sujeitem os passageiros a estas e outras situações. E a todos desejo uma boa viagem e agradeço a vossa preferência!
Wednesday, August 09, 2006
Que bom que é ter ouvidos
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Vivemos num período em que que a facilidade de acesso banaliza a fruição do que quer que seja.
Mas, felizmente, há excepções. The Sea Swells a Bit...de Aidan Baker é uma hora que se divide em três registos de grande densidade. Uma viagem interior imperdível. Por vezes, o bom gosto obriga-nos a ficar em casa. Música para gente de alma profunda, sublime!
Wednesday, August 02, 2006
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