Segue-me! Dizia o louco trissómico.
Depois mandou!
Depois mandou!
Twitta!
Já Twittaste hoje?
Twitta pá?
Porque não Twittas? Melhor: Porque não Twittas?
Twitta caralho!
O careca lá seguiu um louco e outro psicótico trissómico. Sempre é a melhor maneira de descobrir a utilidade de um serviço: testá-lo. Mas não Twitto.
What are you doing now? Piu. Piu. Nada de interessante tenho para piar. E quando tenho, não há tempo para twittar.
Assim, deixo no segredo de quem me segue não só o que de mais importante gostaria de partilhar com eles. Mas também os poupo de saber quando me encontro a cagar (sim, de vez em quando vou de portátil pá sanita e aí tenho um tempinho) ou se percebem que enquanto corto a unha do anelar, tenho a capacidade de teclar com os restastes dedinhos, o que daria uma ganda twittada.
Talvez o problema esteja nos dois trolhas que sigo. Nada escrevem por aqui e não twittam nada de jeito por ali. Ir atrás dos amiguinhos pode ter a sua piada, mas não será mais do mesmo? Já não conseguimos cuscar a vida dos outros ou mostrar que a minha é mais fixe que a tua com outros serviços?
Dizem. Segue é as pessoas certas! E quem são? Figuras públicas? Instituições/organismos? Talvez aí teria o seu interesse. Mas a procura quando já se é bombardeado por tanta novidade em todo o lado é perda de tempo.
E será mesmo que quem é mais seguido tem algo de interessante a partilhar? Duvido. Poderá apenas tratar-se de mais um caso de sucesso (talvez devido à actual taxa de desemprego e o tempo livre que provocou). O gajo que tem mil e tal amigos espalhados por aí como acontece em outros serviços do género. E depois, dou por mim a seguir a conversa de um gajo que diz a outro que os canais de Marte são óptimos para plantar rabanetes. «Rabanetes em Marte?» - penso eu. «Pá, essa merda é muito interessante. Deixa-me lá clicar no nome do gajo a quem ele está a responder para apanhar a conversa». Ah, cá está! Afinal o primeiro gajo só falou nos rabanetes marcianos porque este aqui mandou uma mensagem dizendo que é melhor plantar hortaliças em Vénus do que rabanetes em Marte. E mesmo este das hortaliças venusianas, percebo eu agora, já estava a responder ao não-sei-quantos que tinha dito que as tipologias endoplasmáticas da Scarlett Johansson lhe faziam lembrar as montanhas do Vale Marineris. Neste não-sei-quantos acabarei por encontrar alguém que falou sobre o axioma da redutibilidade dos esquentadores a gás - um tema muito popular na Twittosfera - em resposta a outro marmelo que afirmara que a plantação de nabos e rabanetes nos canais de Marte era perniciosa do ponto de vista da lei de Euclides, portanto não sei se estão a ver, no Twitter actual um gajo navega como uma bola enfiada dentro de uma daquelas antigas mesas de flipper, a ziguezaguear de um extremo ao outro do sistema até o cérebro fazer «tilt», regressando finalmente ao sítio de onde nunca deveria ter saído: o seu próprio, e sossegadinho, blogue, onde as conversas começam no princípio e acabam no fim.
Eu também tenho problemas com um esquentador inteligente burro. Pensei em ligar à assistência técnica mas já percebi que é no Twitter que me amanho.
Bem. Se nos restantes serviços, já vou restringindo as minhas amizades em vez de as ir somando apenas porque falei com fulano durante um minuto numa noite de copos, é altura de filtrar. É que à medida que vão entrando os ignoramus, a quantidade de informação útil diminui. E, a certa altura, acaba por se chegar à conclusão (como eu cheguei) que mais vale a pena abandonar o barco. O futuro o dirá. Mas para mim, é apenas mais uma cena. Assim digo:
Piada Twit: Que diz o pássaro grande ao pequeno?PIU (dito em tom grave e alto)!
1 comment:
Muito bom! Melhor: Muito bom!
Abraço.
Adriano
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