Genéricos longos, longuíssimos, era o que ele pedia, de preferência ao som de tambores, gongos e flautas orientais. Eram estes os requisitos exigidos por Jorge Florentino ao projectista dos filmes, o senhor Peres Claro. Pretexto? Uma mamada. Florentino tinha daquelas extravagâncias e ninguém, mas ninguém o demovia da cismação de fazer mamadas durante o genérico de um filme. Por isso queria-os longos, e aparecia junto a Peres Claro cheio de remoques e exigências:
- Eh pá, eu bem sei que essa merda é francesa. Mas eu não o quero curto. Nem que interrompas um pouco a máquina, senão não dá, não achas?
Peres Claro ficava um pouco duvidoso destas especulações, desta vertigem absurda para os diálogos longos e frases bem aprumadas de Florentino. Mas ele, como projectista, tinha a sua reputação a defender. "Em 30 anos de carreira nem um uma vez que a máquina inquinou, nem uma fita baça, quanto mais...", dizia orgulhoso aos netos.
Farta de ouvir as diatribes destes dois, que mais pareciam os velhos marretas, Mariana Pacheco de Guimarães toma o partido do Jorge e reitera!
- Têm que ser longos, longuíssimos! Estou farta dos minetes de 30 segundos que o meu Moisés faz durante os genéricos do Truffaut! Quero entradas à Bond, com músicas inteiras para poder desfrutar decentemente.
Como o profeta não se encontrava na sala, imediatamente trocou uns olhares gulosos como quem pede uns ovos florentinos e Jorge, de nome oval, retribuiu.
Iniciou-se aqui o genérico 69 para agradar aos dois. Longo como se quer!
E vá de mamarem um no outro. Ela empoleirada no mastro vigoroso de Jorge Florentino, sôfrega, como se estivesse a 200 metros do chão e só aquele tendão duro a pudesse amparar uma queda mortífera. Como que agradecida por essa salvação, mamava e mamava, quase sem se conceder tempo para respirar. Fios de baba, cuspo, faziam o elo de ligação entre as amígdalas de Mariana e a glande de Jorge de cada vez que ela se afastava para permitir que o ar lhe chegasse aos pulmões.
Tudo isto se passava longe do olhar de Jorge, que, deitado, só conseguia percepcionar o frenesim de chupanço de pila. Vê-lo, não via. Tinha a visão toldada pela pachacha escancarada sobre o seu rosto. E como ele gostava de ter uma senaita assim, ali, disponível, rosada, aberta, pedindo língua. "Língua funda", pedia-lhe ela, de cada vez que conseguia retirar a glande dele das suas goelas. "Língua funda, cabrão! Mete-me a língua fundo!". E ele dava-lhe. Fundo. Com a língua. E em cada lambidela funda, o seu nariz roçava-lhe o ânus. E nem os pelos incrustados de restos de caca lhe baixavam a tesão crescente.
Friday, December 26, 2008
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