Não vou aqui discursar sobre o papel das agências de comunicação nos actuais modelos de construção do espectro noticioso. Mas sempre posso dizer que começo a ficar convicto de que são muito mais os problemas causados na prática jornalística pelo aparecimento desta nova classe profissional, do que as virtudes que ela introduz em todo o sistema informativo.
Não, não sou um Manuel Maria. Mas posso ainda acrescentar que, à medida que cimento esta convicção, cresce também em mim uma ténue vontade de exprimir uma desconhecida faceta ditatorial. Que envolveria arames farpados, muros altos, casernas e quejandos. Um sítio assim “a dar para o menos simpático”, onde fosse possível acomodar os mangas de alpaca da informação, os spin doctors da treta, os estrategas do vazio, os estafetas da notícia.
Bem sei que há excepções. Mas, se escrevo isto, acreditem que estou num daqueles momentos em que não me poderia estar mais a borrifar para as excepções. Peço desculpa, mas agora comem todos por tabela. Amanhã, quem sabe, virei aqui escrever qualquer coisa mais agradável, contar uma história fixolas, recordar uma conversa interessante com alguém desse meio.
Mas por agora, enquanto não me passar o choque de ter recebido um press release sobre uma conferência de merda e, em simultâneo, um telefonema da pessoa que o enviou, a perguntar se o tinha recebido, se já o tinha lido e se ia estar presente “no evento”... peço desculpa. Até me ter passado esse choque, vão mas é todos comer merda num sítio distante. De preferência com arames farpados, muros altos, casernas...
Tuesday, January 15, 2008
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