«As pessoas que deixamos de ver, de ouvir, de ler, nem por isso se afastam da nossa existência. O que sucede com maior frequência é precisamente o oposto. Essas pessoas, as que deixamos de ver, de ouvir, de ler, são as que mais estão dentro de nós. De forma dura, incómoda até. Quando penso nessas pessoas, sempre que penso nessas pessoas, quando não passa um dia sem que pressinta a sua presença em forma de sombra, de dúvida, de escuro, quando penso nessas pessoas, percebo que a dimensão do meu ridículo não cabe sequer dentro de mim. Dentro de mim, onde habitam essas pessoas. Presto-lhes, por isso, o meu tributo. Sejam bem vindas, pessoas ausentes. Vocês são a minha substância.»
(Harunnas Tedelski, in “Talvez um dia faça cocó no passeio – Visões semânticas da dialéctica entre o ser e o infinito” )
(Harunnas Tedelski, in “Talvez um dia faça cocó no passeio – Visões semânticas da dialéctica entre o ser e o infinito” )
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