Thursday, March 29, 2007

Panda Bear - Bros

Ando em delírios... God only knows what would be without...

Monday, March 26, 2007

Graaaaaaandas Portugueses!

Tenho má opinião do râguebi. Por inerência, tenho má opinião de quem o pratica. Preconceito? Sim , admito-o... Mas a verdade é que, mesmo aceitando como legítimas todas as virtudes que me apresentem em defesa deste desporto e dos seus praticantes, não consigo deixar de manter com a modalidade a mesma relação distante e de incompreensão que mantenho, por exemplo, com o fenómeno da tropa e seus entusiastas.
Ou seja, que as pessoas se metam nisso é lá com elas. Mas não me peçam para achar normal que o envolvimento neste tipo de actividade seja motivo de entusiasmo para quem participa ou para quem assiste. E sim - perdoem-me a imodéstia -, tenho a pretensão de achar que é a minha perspectiva sobre ambos os assuntos aquela que está correcta.
Ora bem... tudo isto para dizer que, durante o fim-de-semana, dei por mim a equacionar uma reavaliação à minha convicção acerca da inexistência de virtudes na prática do râguebi. Mesmo partindo do pressuposto de que é de energúmenos que estamos a falar, a nossa selecção de matacões-com-ar-de-maus-e-de-burros conseguiu, no Uruguai, alcançar um feito inigualável na história da modalidade: "A primeira selecção amadora a qualificar-se para um Campeonato do Mundo".
A dúvida instalou-se, claro. "Que diabo!", pensei eu... Devo ficar feliz? Ou devo manter a indiferença que me acompanha quando vejo, na televisão, os nossos pequenos 'GI Joes' a chegar da Bósnia ou a partir para o Afeganistão? Não pensei demasiado, confesso. Mas ainda pensei qualquer coisa sobre o assunto. Felizmente, não foi preciso esperar muito para que fossem os nossos próprios "Heróis do mar" em versão 'matraquilhos-cerebrais-da-linha-de-Cascais' a retirarem-me qualquer espaço para inquietações. Bastou-lhes, para isso, mostrarem de que forma são eles capazes de levantar o esplendor de Portugal.

Fica a notícia, para efeitos históricos:
Râguebi: Presidente da Federação confirma detenção dos jogadores e desvaloriza

Lisboa, 26 Mar (Lusa) - O presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, Didio de Aguiar, confirmou hoje que seis jogadores da selecção foram detidos no Uruguai, depois de se terem excedido nos festejos da qualificação para o Mundial, mas desvalorizou o incidente.

"Foi uma cena de descompressão, depois de estarem muito tempo em competição. Foi apenas o resultado de uma noite de copos. Sei que foram ouvidos pela polícia local, libertados e chegam amanhã (terça- feira)", afirmou Didio de Aguiar, poucos minutos depois da restante comitiva lusa ter chegado esta madrugada a Lisboa.

João Correia, Duarte Cardoso Pinto, Gonçalo Uva, Rui Cordeiro e Paulo Murinello foram cinco dos seis jogadores que passaram uma noite na cadeia em Montevideu, depois de alegadamente terem causado distúrbios numa discoteca da capital uruguaia, onde se encontravam a festejar o primeiro apuramento de Portugal para uma fase final de uma Mundial.

Sunday, March 25, 2007

descobrindo...novas palavras

EL NOI DEL SUCRE

Tengo un idiota dentro de mí, que llora,
que llora y que no sabe, y mira
sólo la luz, la luz que no sabe.
Tengo al niño, al niño bobo, como parado
en Dios, en un dios que no sabe
sino amar y llorar, llorar por las noches
por los niños, por los niños de falo
dulce, y suave de tocar, como la noche.
Tengo a un idiota de pie sobre una plaza
mirando y dejándose mirar, dejándose
violar por el alud de las miradas de otros, y
llorando, llorando frágilmente por la luz.
Tengo a un niño solo entre muchos, as
a beaten dog beneath the hail, bajo la lluvia, bajo
el terror de la lluvia que llora, y llora,
hoy por todos, mientras
el sol se oculta para dejar matar, y viene
a la noche de todos el niño asesino
a llorar de no se sabe por qué, de no saber hacerlo
de no saber sino tan sólo ahora
por qué y cómo matar, bajo la lluvia entera,
con el rostro perdido y el cabello demente
hambrientos, llenos de sed, de ganas
de aire, de soplar globos como antes era, fue
la vida un día antes
de que allí en la alcoba de
los padres perdiéramos la luz.


Leopoldo María Panero (Madrid, 1948)

Wednesday, March 21, 2007

Feliz dia poesia...


Se eu por acaso (te vir por aí)

Se eu, por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim.

Se por acaso (me vires por aí)

Se por acaso me vires, por aí
Disfarça, finge não ver,
Diz que não pode ser,
Diz que eu morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão,
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão

JP Simões

Monday, March 19, 2007

E pronto...


... lá teremos amanhã, n'A BOLA, mais uma crónica do Miguel Sousa Tavares com dissertações sobre a beleza do ténis, as virtudes da caça ou as saudades dos petiscos que come na Ria de Alvor.

Nem que seja (só) por esse pequeno prazer... Obrigado, Rodrigo!

Friday, March 16, 2007

O Jean (que uma amiga minha chamava Bombilhar) Baudrillard

Pela reverência que sempre tive pela sua obra, abstive-me de enunciar uma série de lugares-comuns, como tive oportunidade de ler e constatar em muito blogues, após a sua morte. Era tão desconcertante e único, que só a leitura deixava a cabeça num impasse. Foi dos poucos que não me fez desistir de estudar...por isso, arrisco-me a cometer um sacrilégio e vou escrever um artigo sobre ele. Vou "partir" a cabeça, é certo; mas não é menos verdade que estou com saudades de fazê-lo. Há que dar uso às estantes, que devem permitir a "transumância" dos seus objectos mais queridos, os livros!

Weeds - Melvina Reynolds - Little boxes

Bom som, boa série...

Wednesday, March 14, 2007

Notas avulsas sobre a nossa comunicação social

Valentim Loureiro
Talvez por perceber que a oferta de torradeiras não será solução, Valentim Loureiro veio a público pedir que o seu julgamento no processo Apito Dourado ocorra na televisão. A tese que suporta o desejo é no mínimo bizarra: “Já percebi que os tribunais não me levam a sério”, argumenta. Embora se perceba o filão de audiências que está aqui por explorar, eis uma boa oportunidade para os nossos canais de televisão darem prova da sua capacidade de auto-regulação, evitando a espectacularização mediática deste julgamento. Contudo, a entrevista já agendada no programa de Judite de Sousa – logo num canal do Estado! – não deixa antever nada de bom...

Antena 3
Em boa altura o Provedor do Ouvinte colocou o dedo na ferida. Numa fase em que se torna público que o apoio estatal ao grupo RTP cresceu para os 224 milhões de euros em 2006 (dinheiro que nos sai dos bolsos, recorde-se...) , o grau de exigência para com o serviço público prestado pelos meios do grupo tem de ser elevado ao máximo. Neste contexto, é legítimo perguntar em que é que o modelo da Antena 3 é diferente do dos operadores privados com que a estação concorre no mercado radiofónico. E, demonstrando o passado recente que não há diferenças substanciais, urge alterar a situação, sob pena de o factor “serviço público” se resumir a um slogan publicitário.

SportTV vs TVTel
Ainda não é líquido de que lado está a razão no diferendo que opõe a SportTV à TV Tel. Contudo, a forma como o canal de desporto geriu o processo de corte de sinal à operadora nortenha e a posterior reacção da administração da TV Tel evidenciam a necessidade de alterar o paradigma do mercado de distribuição e de produção de conteúdos para o nosso universo cabo. Nem que seja porque a actual situação de quase monopólio da PT neste domínio dá sempre azo às suspeitas sobre as reais motivações da PT Multimédia nalgumas medidas que, volta e meia, se assemelham a tiques de absolutismo.

Monday, March 12, 2007

Sunday, March 11, 2007

Compensar com os copos...

É no fim de semana que tento estabelecer o equilíbrio necessário. É que os tímidos, quando se soltam, acabam por ser inversamente proporcionais, porque passam de um extremo a outro, deixando sair tudo o que está contido.
Parece que o meu intermédio resulta num excesso de protagonismo. Mas ainda assim, acho-o bem melhor que o extremo. É que sai mais do que se tem contido e digo muito mais merda que a merda de histórias de protagonista que conto...

Saturday, March 10, 2007

Wednesday, March 07, 2007

Jê Pê e suas pérolas...

Rapaz de muitos talentos, estudou jornalismo, direito da comunicação, escrita de argumento, saxofone e língua árabe, JP Simões é a figura boémia da música portuguesa. Dos Pop dell’arte aos Belle chase Hotel, de Tati até à fixação por Buarque de Hollanda, do Brasil, é o gajo que faz aquela fantástica harmonia com uma nona que vai numa improbabilidade contra todas as regras harmónicas duma escala menor que passa para maior e dá numa cena fantástica. Exemplo: o êxito que teve no falhanço do seu disco a Ópera do falhado.
No único concerto em que o vi, à frente do Hotel, foi destesticulante ouvir a sua personagem em palco, a sua marca registada. Era aquele que, como eu, não gosta daquela falsa comunicação porreirista do "Oi pessoal, adoro-vos!" ou de dizer uma treta qualquer, habitual, e prefere dizer uma treta sua, expondo a sua disposição e contando umas histórias de forma a introduzir as músicas, como a do lado beirão Mlerifdadiano de fazer música sobre o construtor civil com betoneiras no palco e a cantar coisas como:
“De manhã quando o sol arrebita
vou p’rá obra com a marmita
numa mão o salpicão
e na outra o garrafão”.
... tudo isto de copo na mão e cigarro no canto da boca, terminando com um "Portugal é um penico!"
Era a fase do bigode. Agora, em 1970, o que é que aconteceu ao teu bigode?
"Sabes que os bigodes, com o tempo, começam a ficar cheios de sopa juliana, de caldo verde e a coisa começa a ficar pior. Quando me apareceu um cogumelo no bigode, tive que o cortar, porque estavam a nascer coisas que eu já não queria no bigode. Equívocos cogumelos nasceram do meu bigode, e deixei de me dar tão bem com ele. Corria o risco de me transformar num bigode, e eu não queria de modo nenhum transformar-me num bigode. Não é que o meu amor-próprio seja enorme, mas há limites. E acho que tenho conseguido, o que é que te parece? Eu acho que sim."
Obrigado, pensar assim ou açores é motivador.

Fourmis

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Em 2008... num cinema perto de si...

Sadenamarquise
"Trip to Khonostrov"

Sunday, March 04, 2007

Ouve...

pr ime, i ro a palav, ra depois o ru, ído

Thursday, March 01, 2007

Este admirável mundo onde vivo






Este mundo está a chegar ao sublime da cretinice. Há por aí anúncios de emprego que pedem gajos, ou melhor, gajas que sejam bloggers convictas.



Agora pergunto eu: como é que se avalia numa entrevista se a gaja...sim, a gaja, é uma bloggeira convicta? Será pelo olhar? Pela dicção? Pelo decote? Pelo ar de vaca?



Ou então: qual foi o post mais polémico do Vasco Pulido Valente em que nem nas entrelinhas constou o holograma de Clara Ferreira Alves? Nota: uma pergunta para o caso das gajas serem assombrosamente feias e com varizes nas virilhas.

Da inteligência lógica passámos à inteligência emocional, essa treta forjada pelos psicólogos para manter os indivíduos mais formatados dentro da ordem social do fascínio que, traduzido, significa a arte de lamber cus; e, num ápice, passámos da emocional à boçal, que ainda não faz parte da agenda de Correia de Campos, mas devia, pois já começa a ser problema de saúde pública.

Este país que eu amo

Há que dar os parabéns aos "psicólogos colectivos da pátria" pelos sinais inequívocos de optimismo revelados pelos Portugueses - os únicos, assinale-se -, no inquérito (Eurobarómetro) feito aos cidadãos dos Estados-membros da União.
Demonstração de esperança de quem não pode bater mais fundo? Não. É apenas uma questão de consenso por parte dos que devem e podem gerir as expectativas.

o país

Este país é um poço de contradições. Por um lado, o povão alicerça os sentimentos e a acção na passividade do catolicismo. Por outro, todo ele é de um paganismo encantador, como o demonstra o eterno retorno do Paulinho.